En son lieu

composicional. Executado pela primeira vez ao ar livre, em terreno irregular, com o ruído de fundo, a respiração e o movimento da natureza, o solo de um bailarino de hip hop talentoso, Nicolas Fayol, suscita a qualidade de um gesto em relação imediata com a paisagem circundante.

Ao contrário do ambiente urbano, que contextualiza a dança hip-hop ao extremo, este tipo de imersão num ambiente vivo revela uma forma de supremacia poética,
anterior a qualquer utilidade, externa a qualquer virtuosismo. De volta à caixa negra do estúdio, a correspondência entre interior e exterior, experiência e memória, esclarece os termos de um diálogo que, desde o início, se desenrola em pares. Fragmentos da narração surgem de uma curva no corpo; um retrato toma forma, divide-se e desintegra-se dentro de um processo de abstração, no qual perceções e sensações são intensificadas. Mas que caminho deve ser tomado: o de se entregar ao desejo de viajar para afastar a solidão, ou o de se afastar de si mesmo e ficar à deriva?