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  • © Elvira Leite (Porto, 1977)

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Extramuros | Escola Básica 2, 3 Frei João de Vila do Conde | Maio 2025

Outros Projectos

O projeto Extramuros – Práticas artísticas em diálogo destina-se a alunos do 2.º e 3.º ciclo do ensino básico e tem como objetivo explorar o potencial das práticas artísticas no envolvimento de crianças e jovens na descoberta e exploração ativa da sua identidade, estabelecendo as bases para repensar questões relacionadas com a relação entre a educação, a cultura e a cidadania.

As sessões deste ano decorrerão em Maio e incluirão as seguintes atividades:

Assimétrico (oficinas de movimento), por Beatriz Valentim
Fragoso Destino (título provisório), por Dori Nigro
Onde moram as utopias?, por Inês Barbosa




Assimétrico (oficinas de movimento) por Beatriz Valentim

Enquanto professora, bailarina e coreógrafa, estou muito ligada à educação e aprendizagem da dança e do movimento. Dessa forma, tendo ouvido adolescentes durante vários anos, estes ateliers de movimento pretendem questionar os jovens sobre o que desperta para a música, que importância lhe atribuem, dando a conhecer a sua história, as formas de criar música e de a dar a ouvir. Focar-se-á na relação do som e do movimento, e em particular da música com o corpo como instrumento relacional. Esta ideia parte da pesquisa que desenvolvo neste momento para a minha próxima criação “Assimétrico”. Iremos também abordar a construção de um espetáculo, tocando em temas como cenografia, luz e som, para além da criação coreográfica em si, despertando a curiosidade e a sensibilidade estéticas.
As propostas serão maioritariamente práticas e irão consistir em exercícios de exploração do som e do movimento.


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Fragoso Destino (título provisório) por Dori Nigro
 
Esta oficina performativa banhada por mitologias ancestrais e memórias pessoais/comunitárias, a partir das histórias do rio Fragoso, Olinda (Brasil), convida a todas as pessoas a partilharem suas memórias/mitos sobre rios. Num primeiro momento teceremos um lençol coletivo tendo como mote lembranças de rios. Num segundo momento, conversaremos sobre como as práticas artísticas problematizam o racismo ambiental, reinventando pedagogias de resistência. Esta oficina será movida pela dialogicidade e ludicidade para abarcar os saberes/viveres de cada participante.


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Onde moram as utopias? por Inês Barbosa 
 
Há 50 anos, sonhava-se em uníssono. Nas escolas, fábricas e associações, experimentaram-se formas de democracia viva, mobilizando o pensamento e a ação utópica. E hoje? Que pequenas revoluções podemos semear aqui e ali, nos lugares que ocupamos?  Inspirados pelo espírito do PREC, nesta oficina de cartografia visual, vamos identificar problemas, imaginar soluções e traçar caminhos para uma escola mais democrática e criativa. Porque a política não se faz apenas nos parlamentos, faz-se também nos recreios, nas salas de aula e em cada espaço onde se constrói o saber coletivo.


© Elvira Leite (Porto, 1977)



Beatriz Valentim
nasceu na Póvoa de Varzim em 1995; é bailarina, coreógrafa e professora. Iniciou os seus estudos de dança pela Royal Academy of Dance e concluiu em 2013, o curso de formação de bailarinos na Escola de Dança do Conservatório Nacional. Completou a sua formação com o Elit Trainning Program da Companhia Budapest Dance Theatre e o F.O.R. Dance Theatre da Companhia Olga Roriz. É licenciada em sociologia pelo ISCTE-IUL e concluiu a Pós-Graduação em Dança Contemporânea da ESMAE, terminando como bolseira do Camping 2020 do Centre National de la Danse, Paris.
Tem vindo a trabalhar com artistas como Olga Roriz, Renato Zanella, Jérôme Bel, Raimund Hoghe, Mafalda Deville, Elisabeth Lambeck, Olatz de Andrés, Inês Jacques, Mão Morta, São Castro e António Cabrita, Sílvia Real, Francisco Camacho, Né Barros, Jonas & Lander e Joana Magalhães. A sua primeira criação em nome próprio foi “VADO: solo sobre as coisas vazias” (2018), estreada na XX Bienal Internacional de Arte de Cerveira; seguiu-se o solo “NINA” apresentado no Serralves em Festa 2019 e no Curtas de Dança 2020. Em 2021, criou “Self” para o Festival Interferências, apresentado também no Corpo + Cidade/DDD Out 2022. Desenvolve trabalho relacionado com a comunidade, especialmente crianças e jovens, realizando frequentemente workshops e ateliers com escolas e associações, tendo sido formadora artística do Projeto GruA – Grupo de Autonomia, desenvolvido pela ASAS Associação de Solidariedade de Santo Tirso.
O seu espetáculo “O que é um problema?” (2023) questiona os mais jovens sobre os seus problemas, num espetáculo que concilia dança, música ao vivo e artes plásticas e que já passou por diversas cidades portuguesas como Porto, Lisboa, Loulé e Guimarães. “Vanishing”, a sua nova criação em colaboração com Bruno Senune, teve a sua estreia em abril de 2024.
 
Dori Nigro é performer e arte/educador com passagem pela Faculdade de Belas Artes, Porto, e Colégio das Artes, Coimbra. Desde 2007 dedica-se à criação artística com cruzamentos disciplinares. Possui doutoramento, mestrado e especialização no campo da arte contemporânea, práticas artísticas e arte/educação; e licenciatura em pedagogia e bacharelado em comunicação social/fotografia. Vive entre Portugal e Brasil, dinamizando atividades com artistas e comunidades locais. Cuida, com Paulo Pinto, da LARóyé - casa/atelier de partilhas afetivas, criativas, ancestrais. Membro da União Negra das Artes.
 
Inês Barbosa é mestre em Associativismo e Animação Sociocultural e doutorada em Sociologia da Educação (UM). Tem ainda uma pós-graduação em Performance (FBAUP). Investigadora do Instituto de Sociologia (UP) na área de Criação Artística, Práticas e Políticas Culturais. Coordena o podcast “Ainda-Não: Sociologia e Utopia” e o Laboratório de Teatro & Política. A sua tese de doutoramento, que incidiu no estudo das práticas artísticas de contestação, recebeu uma Menção Honrosa do Prémio Jovens Cientistas Sociais (CES). Desenvolve pesquisas etnográficas e visuais relacionadas com os temas da precariedade, mobilizações sociais, direito à cidade ou o papel dos/as artistas na crítica à gentrificação turística. É formadora nas áreas de educação não-formal, cidadania, igualdade de género, animação de grupos e expressão dramática. Tem conjugado a investigação com a prática artística, desenvolvendo projetos ligados ao teatro, performance, música e instalação audiovisual. Participou como artista em festivais como Noc-Noc, NAA-Novas Artes Associadas, Binnar, Desobedoc, Utopia (Rio de Janeiro), Femmes du Monde en Scéne (Paris) ou Non-Festival (Gornji Grad). Tem orientado oficinas multidisciplinares em inúmeros contextos e com diferentes públicos nacionais e internacionais. Colabora regularmente com artistas e companhias, estreitando as ligações entre arte e sociologia, em projetos como: "A audição vibratória" com Gil Delindro, "Não tenho terra nos sapatos", com Magda Almeida e Miguel F ou "Reviralho: Mito, Sonho, Utopia", com a Companhia de Dança- Esquiva. Foi curadora de exposições coletivas na Velha-a-Branca (2013), Okna (2019), Galeria Geraldes da Silva (2021) e Centro Português de Fotografia (2022). Participou ainda nas residências artísticas de Lamego, Festival Ibérico de Quintanilha, Hysteria, Zona Autónoma, Sauna - Galeria do Sol.