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  • © Susana Neves

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O que já não é e o que nunca foi de Joclécio Azevedo (2020)

Peças

Este trabalho organiza-se a partir de rituais de pesquisa em torno do tempo, da sua ocupação, suspensão e condensação. Reunidos numa lógica de acumulação, em cena encontram-se objetos reaproveitados, tecnologia low-fi, dispositivos de amplificação e gravações recolhidas aleatoriamente durante o processo. A partir deste ambiente os intérpretes produzem um mosaico de ações, configurando espaços físicos e mentais que convocam os efeitos da lentidão, da velocidade, da repetição, da continuidade, da descontinuidade, da medição ou mesmo do esquecimento do tempo. O tecido coreográfico e sonoro produzido é atravessado também por fragmentos de memórias partilhadas, submetidas a processos de transformação e de desgaste.

O processo de trabalho foi atravessado por uma série de adiamentos, de mudanças de direção, de incertezas que foram moldando uma prática de trabalho que se consolidou no desenvolvimento de estratégias de registo e de partilha da passagem do tempo, conjugando imaginários, experiências falhadas, dúvidas e diferentes possibilidades de documentação da experiência performativa. O espaço da peça configura-se como um espaço de ensaio, habitado por estantes de partituras musicais que evocam uma orquestra ausente. A peça desenvolve-se em quatro quadros distintos, mas interligados: O primeiro retrata um possível ensaio de uma orquestra, através de um texto que se desenha em torno da relação dos performers com os microfones em cena. O segundo quadro organiza-se a partir de gravações realizadas por cada um dos intérpretes, registando diferente momentos do processo de criação. No terceiro momento os microfones voltam a aparecer enquanto elementos visuais e coreográficos, abrindo espaço para uma espécie de concerto que não chega a acontecer. O quarto momento constitui-se por uma conversa entre corpo e banda sonora, uma exploração do ruído, da saturação e da incomunicabilidade.

Direção artística e coreografia: Joclécio Azevedo | Música e interpretação: Xavier Paes | Interpretação: Gustavo Monteiro, Joclécio Azevedo | Figurinos: João Pedro Estelita Mendonça | Desenho de luz e operação: Cárin Geada | Produção executiva: Sofia Reis | Coprodução: Festival Internacional de Marionetas dos Porto e Circular Associação Cultural | Apoio à residência artística: Teatro de Ferro e Companhia Instável | Fotos: Susana Neves

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