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  • © Ana Vaz

Lysboa, Paraguay

Ana Vaz

Leitura performativa

Teatro Municipal de Vila do Conde — Sala 2

22 Set (Dom) | 18:30

Entrada livre | M/6
A sessão integra o programa da exposição O que aconteceu ainda está porvir de Ana Vaz na Solar Galeria de Arte Cinemática

No ano de 2500, mil anos após a Grande Inv4são que inventou as Américas, X viaja ao que resta da antiquíssima capital colonial de Lisboa, a fim de reclamar a memória destruída pelo Regime 4utorit4rio que devastou as florestas e cidades da Sul-américa durante o Grande Colapso do séc. XXI. X é enviada por KW3, um grupo de sobreviventes neo-metropolitanos que vive nos escombros da antiga capital modernista Brasília, num país que não mais existe. KW3 confiam a X uma missão de resgate inter-temporal que eclode no subterrâneo do antigo Museu de Etnologia. Lysboa, Paraguay é um roteiro infilmável, imaginado sobre a pele do papel. No escuro de uma sala de cinema, a leitura deste manuscrito poético faz dos ouvidos um portal de projeção: ao invés de vermos o que é projetado, projetamos nós mesmxs imagens vivas. Uma experiência em busca de um cinema que existe muito além do visível.
— Ana Vaz

Lysboa, Paraguay é um ensaio inédito, e em devir, que conta com o apoio editorial da ATLAS (Lisboa) e parte de um convite dxs editores Nuno da Luz e Laura Preston para integrar a série de publicações Next Spring, dedicada à reflexão sobre as formas cinematográficas através de ensaios autorais. Cada número da série parte de uma cidade diferente: Paris, Atenas, Berlim e, agora, Lisboa.



Ana Vaz, artista e cineasta, nasceu no planalto central brasileiro habitada pelos fantasmas enterrados pela capital federal modernista Brasília. Cerratense de origem e andarilha por escolha, Ana viveu nas terras áridas do Brasil central e do sul da Austrália, nos pântanos do norte Francês e nas margens orientais do Atlântico norte em Portugal. Atualmente traça a sua caminhada entre Paris e Brasília. Consequências ou expansões da sua cinematografia, as suas atividades se incorporam também na escrita, na pedagogia crítica, em instalações ou caminhadas coletivas.
Os seus filmes são apresentados e discutidos em festivais de cinema, seminários e instituições tais como a Tate Modern, Palais de Tokyo, Jeu de Paume, Berlinale Forum Expanded, New York Film Festival, TIFF Wavelengths, Cinéma du Réel, Courtisane, entre outros. Entre as exposições individuais do seu trabalho destacam-se “É Noite na América”, Jeu de Paume (Paris), Pivô (São Paulo) e Escola das Artes (Porto); “The Voyage Out”, LUX Moving Images (Londres); “Profundidad de Campo”, Matadero (Madrid). Os seus filmes e instalações foram incluídos em exposições coletivas como "Shéhérazade, la nuit”, Palais de Tokyo (Paris); “Somewhere from here to heaven”, Azkuna Zentroa (Bilbao); "Penumbra", Complesso dell'Ospedaletto (Veneza); Biennale Gherdëina (com Nuno da Luz); “36º Panorama da Arte Brasileira: Sertão”, MAM (São Paulo); Thessaloniki Biennial; “Meta-Arquivo: 1964-1985. Espaço de escuta e leitura de histórias da ditadura”, SESC Belenzinho (São Paulo).
É NOITE NA AMÉRICA (2022), a sua primeira longa, foi premiada em Locarno, Festival dei Popoli, Entrevues Belfort, FIDOCS. Foi distinguida com o "Kazuko Trust Award" pela Film Society of Lincoln Center (2015) e “Grand Prizes” de Punto de Vista (2020), 25FPS (2020), Cinéma du Réel (2016), Media City Film Festival (2015), Fronteira festival do filme documentário e experimental (2015), entre outros. Foi nomeada para o Prémio PIPA em 2017 e 2022.
Ana é também integrante e fundadora do coletivo COYOTE, juntamente com Tristan Bera, Nuno da Luz, Elida Hoëg e Clémence Seurat, um grupo interdisciplinar que trabalha nos campos da ecologia e ciência política através de formas experimentais (conversas, derivas, publicações, eventos e performances).