Microcidades
Outros Projectos
Microcidades constitui-se através de uma programação anual que interroga a relação do corpo com o espaço e da cidade com os seus habitantes, partindo do complexo tecido de realidades humanas e materiais que compõem o espaço urbano e das suas fricções, vulnerabilidades e especificidades.
Curadoria Microcidades: Joclécio Azevedo
Projectos:
- Holofáutico de Daniel Moreira e Rita Castro Neves | Percurso performativo | 22 Julho 2023, Estaleiros Navais de Azurara
- Holofáutico de Daniel Moreira e Rita Castro Neves | Percurso performativo | 19 e 20 Setembro 2024, Estaleiros Navais de Azurara
- Transnacionalidade e simultaneísmo: estratégias de mobilidade e criação numa Europa em conflito | Uma conversa com Cláudia Pereira, Joana Cunha Leal e André Guedes | 7 Dezembro 2024, Escola Bento Freitas
- Holofáutico de Daniel Moreira e Rita Castro Neves | Exposição | 30 Novembro 2024 a 23 Fevereiro 2025, Centro de Memória de Vila do Conde


estratégias de mobilidade e criação numa Europa em conflito
Uma conversa com Cláudia Pereira, Joana da Cunha Leal e André Guedes
7 Dez 2024 (Sáb) 15:30
Escola Bento Freitas
R. Sónia e Roberto Delaunay 70, Vila do Conde
Partindo das circunstâncias geopolíticas que motivaram a estadia dos Delaunay no norte de Portugal entre 1915 e 1917, no decorrer da primeira guerra mundial, a conversa entre a antropóloga Cláudia Pereira (ISCTE), a historiadora de arte Joana da Cunha Leal (FCSH) e o artista André Guedes, propõe reflectir sobre as dinâmicas de mobilidade intra e supra europeias no quadro do crescente debate político e social sobre os fluxos migratórios em território nacional e, com ele, o ressurgimento de manifestações de racismo e xenofobia.
Joana Cunha Leal é professora do Departamento de História da Arte da NOVA FCSH, onde ensina história da arte dos séculos XIX e XX, teoria e metodologia, historiografia e estudos urbanos. Tem um doutoramento sobre arquitetura e políticas urbanas dos séculos XVIII e XIX (2006). O seu trabalho mais recente privilegia o estudo dos modernismos e as vanguardas históricas ibéricas, também do ponto de vista das circulações. Foi bolseira Fulbright em 2011 no SAIC (Chicago) e do Stone Summer Theory Institute (2010 e 2011). Foi IR de dois projetos financiados pela FCT: “Modernismos do Sul” (2014-2015) e “Modernismos Ibéricos e o imaginário primitivista” (2018-2022). Foi diretora do Instituto de História da Arte da NOVA FCSH entre 2016 e 2022 e integra agora como subdiretora a nova direção eleita para o triénio 2023-2025. É membro da direção da RIHA—The International Association of Research Institutes in the History of Art (desde 2021) e do Conselho Científico do INHA (desde 2023).

Conversa com os artistas após a performance | Com a participação de António José Carmo (no dia 19)
Percurso performativo no âmbito do 20.º Circular Festival de Artes Performativas
Holofáutico foi a primeira intervenção criada no âmbito do projeto Microcidades - , com curadoria de Joclécio Azevedo -, tendo sido apresentada uma primeira versão em julho de 2023. Esta nova versão do percurso performativo integra alterações espaciais e materiais próprias de um contexto de trabalho em permanente mutação.
Daniel Moreira e Rita Castro Neves vivem e trabalham entre o Porto e a Beira Alta. Daniel Moreira é licenciado em Arquitectura, iniciando em 2000 um percurso multidisciplinar entre a arquitectura e as artes plásticas. Rita Castro Neves, após terminar o Curso Avançado de Fotografia do Ar.Co em Lisboa e o Master in Fine Art da Slade School of Fine Art de Londres, inicia uma atividade artística regular, de docência e de curadoria.
Com percursos artísticos separados, começam a trabalhar em colaboração em 2015, iniciando um projeto longo a partir da natureza, em que refletem com o desenho, a fotografia, o som, o vídeo e a performance, sobre colaboração artística, diferentes técnicas e culturas artísticas, território, ciência, escala e percurso. O seu trabalho, influenciado pelo pensamento animista, parte muitas vezes do lugar em que se encontram. Atentos às possibilidades das matérias, encontram soluções simples, mesmo para resultados complexos e de larga escala, que são frequentemente devedoras dos saberes tradicionais e populares.
Em 2020 terminam o projeto de recuperação da Escola de Macieira, uma antiga escola primária do Plano dos Centenários na Serra de São Macário, na Beira Alta, para aí iniciarem um projeto de reflexão sobre cultura serrana, a natureza e o rural, e logo pela ecologia, a biopolítica e a preservação ambiental.
No seu estúdio no Porto desenvolvem desde 2021 o projeto de arte postal Caixa de Correio.
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© Daniel Moreira e Rita Castro Neves
Holofáutico é a palavra construída pelos artistas Daniel Moreira e Rita Castro Neves para evocar a acção de apontar a luz sobre o mundo náutico - um foco sobre a realidade muito especial das técnicas de construção naval praticadas em Vila do Conde. A exposição de arte contemporânea que inaugura sábado a 30 de Novembro no Centro de Memória é o culminar de um processo de residência artística nos Estaleiros Navais de Vila do Conde, a convite da Circular, no contexto do projecto Microcidades, com curadoria de Joclécio Azevedo.
Este projeto incentiva o desenvolvimento de processos artísticos que possam procurar novas formas de experimentar a cidade enquanto espaço comum, propondo novas configurações em torno de matérias como corpos, edifícios, espaços públicos, relatos históricos, instituições e práticas de documentação. De que forma as cidades se manifestam no imaginário de quem as visita? Como não reduzir a cidade aos seus aspetos mais visíveis? Como olhar para a cidade enquanto criação coletiva?
Microcidades materializa-se em diversos formatos de atividades investigativas e colaborativas como residências artísticas, conversas, eventos públicos, performances, caminhadas ou instalações. Propõe uma viagem sem mapa, um exercício de criação e investigação que toma como ponto de partida o concelho de Vila do Conde, percorrendo realidades visíveis e invisíveis, lugares que podem ser também repositórios de imagens da cidade e das suas formas de reconhecer o passado, na urgência de esboçar horizontes futuros.
Em 2023, Rita Castro Neves e Daniel Moreira apresentaram a performance/caminhada performativa “Holofáutico” nos Estaleiros Navais de Azurara. Em 2024, André Guedes começa a desenvolver, em residência artística, um trabalho à volta do casal Sonia e Robert Delaunay partilhando parte da sua investigação numa conversa pública intitulada “Transnacionalidade e Simultaneísmo: Estratégias de Mobilidade e Criação numa Europa em Conflito”. O seu trabalho irá concluir-se em 2025 com a apresentação de “Sonia, Charles, Robert, Beatriz, Eduardo, Amadeo, Samuel” uma intervenção efémera no espaço público. Também em 2025, a artista visual Susana Mendes Silva apresentará “Mulheres ao mar”, uma performance sonora nas piscinas municipais do Mindelo que evoca as pescadeiras de Vila Chã.
Curadoria Microcidades: Joclécio Azevedo
Projectos:
- Holofáutico de Daniel Moreira e Rita Castro Neves | Percurso performativo | 22 Julho 2023, Estaleiros Navais de Azurara
- Holofáutico de Daniel Moreira e Rita Castro Neves | Percurso performativo | 19 e 20 Setembro 2024, Estaleiros Navais de Azurara
- Transnacionalidade e simultaneísmo: estratégias de mobilidade e criação numa Europa em conflito | Uma conversa com Cláudia Pereira, Joana Cunha Leal e André Guedes | 7 Dezembro 2024, Escola Bento Freitas
- Holofáutico de Daniel Moreira e Rita Castro Neves | Exposição | 30 Novembro 2024 a 23 Fevereiro 2025, Centro de Memória de Vila do Conde

© Daniel Moreira e Rita Castro Neves
de Daniel Moreira e Rita Castro Neves
Percurso performativo
22 Jul 2023 (sáb) 21:30
Estaleiros Navais, Azurara, Vila do Conde
Duração aprox.: 60 min | M/12 | Aconselha-se o uso de roupa e calçado confortáveis
Holofáutico é a palavra construída pelos artistas na sequência da residência que realizaram no Estaleiro Naval de Vila do Conde, a convite da Circular, para realizarem o primeiro trabalho do projeto Microcidades, com curadoria de Joclécio Azevedo.
A dupla de artistas Daniel Moreira e Rita Castro Neves, propõe um percurso performativo por este lugar fora de água, de barcos em terra, enquanto reflexo do que foi a sua experiência de aprendizagem sobre as histórias e as técnicas da construção naval. Impressionante espaço de confluência de imagens e pessoas, é por entre embarcações novas e antigas, em processo de construção ou reparação, que nos deixamos navegar por este importante centro aglutinador das atividades piscatórias e da memória coletiva da região.
Pérola do Mar, Virgem Santíssima, Francisco Zé, Sorriso da Vida, Mestre Fernando Lé, Astro do Mar, Avó Cacheira, Sonho de Infância, o Melhorzinho do Mundo, povoam o estaleiro em profusão de cores e signos. Micro-ações para uma micro-cidade, acompanham um percurso que se inicia com a noite, para deitar uma luz sobre o universo náutico.
Performers: Daniel Moreira e Rita Castro Neves | Sala do Risco: António José Carmo | Voz de Comando: Mário Rodrigues / Sicnave Lda
Apoio: Docapesca - Portos e Lotas, S.A. | Apoio à visita: Liliana Pereira e António José Carmo/Câmara Municipal de Vila do Conde | Agradecimentos: António José Carmo, Liliana Pereira, Sicnave Lda, Samuel & Filhos Lda, Barreto & Filhos Lda, Albino Santos, Mário Fontes, Paulo Agra | Agradecimentos produção: Curtas Metragens CRL, Lafontana Formas Animadas, Sonoscopia Associação, Francisco Moreira
Daniel Moreira e Rita Castro Neves vivem e trabalham entre o Porto e a Beira Alta. Daniel Moreira é licenciado em Arquitectura, iniciando em 2000 um percurso multidisciplinar entre a arquitectura e as artes plásticas. Rita Castro Neves, após terminar o Curso Avançado de Fotografia do Ar.Co em Lisboa e o Master in Fine Art da Slade School of Fine Art de Londres, inicia uma atividade artística regular, de docência (Fac. Belas Artes do Porto) e de curadoria.
Com percursos artísticos separados, começam a trabalhar em colaboração com Laking, em 2015 e a convite do espaço artístico finlandês Oksasenkatu 11, iniciando um projeto longo a propósito da representação da paisagem, em que refletem com o desenho, a fotografia, o som e o vídeo, de forma instalada, sobre colaboração artística, diferentes técnicas e culturas artísticas, território, escala e percurso. Desde então realizam diversas exposições individuais e coletivas, bem como residências artísticas e publicações.
Em 2020 terminam o projeto de recuperação da Escola de Macieira, uma antiga escola primária do Plano dos Centenários na Serra de São Macário, na Beira Alta, para aí iniciarem um projeto de reflexão sobre cultura serrana, a natureza e o rural, e logo pela ecologia, a biopolítica e a preservação ambiental.
No seu estúdio no Porto desenvolvem desde 2021 o projeto de arte postal Caixa de Correio.
Em 2022 publicaram o livro Arquivos de Bouça Fria com a editora Museu da Paisagem.

No jardim, plissado (Sonia, Charles, Robert, Vila do Conde) [estudo], 2024 © André Guedes
estratégias de mobilidade e criação numa Europa em conflito
Uma conversa com Cláudia Pereira, Joana da Cunha Leal e André Guedes
7 Dez 2024 (Sáb) 15:30
Escola Bento Freitas
R. Sónia e Roberto Delaunay 70, Vila do Conde
Partindo das circunstâncias geopolíticas que motivaram a estadia dos Delaunay no norte de Portugal entre 1915 e 1917, no decorrer da primeira guerra mundial, a conversa entre a antropóloga Cláudia Pereira (ISCTE), a historiadora de arte Joana da Cunha Leal (FCSH) e o artista André Guedes, propõe reflectir sobre as dinâmicas de mobilidade intra e supra europeias no quadro do crescente debate político e social sobre os fluxos migratórios em território nacional e, com ele, o ressurgimento de manifestações de racismo e xenofobia.
A transnacionalidade na partilha de ideias, obras e mobilidade além-fronteiras foi justamente um dos vectores da Internacional Simultaneísta promovida pelos Delaunay. Será em Vila do Conde, onde os artistas irão desenvolver com a cumplicidade de, entre outros, Eduardo Viana e Amadeo de Sousa Cardoso, um projecto (nunca realizado) de exposições itinerantes (mouvantes) que colocaria em relação aderentes do simultaneísmo de distintas geografias do nord-sud-est-ouest europeu.
O local simbolicamente escolhido para a conversa é a Escola Bento Freitas, na rua homónima, situada a poucos metros de La Simultanée, a casa onde os artistas residiram, por eles assim apelidada, na qual receberam a visita de Amadeo de Sousa Cardoso e do artista americano de origem ucraniana, Samuel Halpert.
Esta actividade, proposta por André Guedes, insere-se no projecto Microcidades da Circular e resulta de uma residência realizada pelo artista em Junho e Julho de 2024, que terá a sua conclusão em 2025 com a apresentação de uma intervenção no espaço público em Vila do Conde.
Agradecimentos: Eduardo Bompastor, Agrupamento de Escolas Frei João de Vila do Conde
Agradecimentos: Eduardo Bompastor, Agrupamento de Escolas Frei João de Vila do Conde
Cláudia Pereira é doutorada em Antropologia, com pós-doutoramento em Sociologia. É investigadora auxiliar e professora no ISCTE-IUL, integrando o CIES-IUL, onde articula investigação, ensino e políticas públicas. Realizou o programa Erasmus na Vrije Universiteit, na Holanda, e foi Visiting Scholar na Brown University, nos EUA. Foi co-coordenadora do Mestrado Internacional Erasmus Mundus em Serviço Social e professora convidada em universidades na Suécia, Uganda e Noruega.
É coordenadora executiva do Observatório da Emigração (OEm), responsável pelo Relatório Estatístico da Emigração Portuguesa para o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Desenvolveu investigação etnográfica na Índia e em Londres, publicando artigos e livros, como Religious dances and tourism e New and Old Routes of Portuguese Emigration. Colabora em projetos de capacitação de governos não europeus e avalia concursos europeus como o COST e Marie Curie.
Foi Secretária de Estado para a Integração e as Migrações no XXII Governo Constitucional, implementando medidas como a criação da Portaria de Português Língua de Acolhimento e a Rede Integrar Valoriza. Contribuiu para o acesso a direitos fundamentais de grupos vulneráveis e coordenou a resposta a emergências humanitárias, como as crises no Afeganistão e na Ucrânia.
Actualmente, co-coordena linhas temáticas no CIES e no Laboratório Associado SocioDigital Lab for Public Policy, continuando a ligar investigação, ensino e políticas públicas.
Joana Cunha Leal é professora do Departamento de História da Arte da NOVA FCSH, onde ensina história da arte dos séculos XIX e XX, teoria e metodologia, historiografia e estudos urbanos. Tem um doutoramento sobre arquitetura e políticas urbanas dos séculos XVIII e XIX (2006). O seu trabalho mais recente privilegia o estudo dos modernismos e as vanguardas históricas ibéricas, também do ponto de vista das circulações. Foi bolseira Fulbright em 2011 no SAIC (Chicago) e do Stone Summer Theory Institute (2010 e 2011). Foi IR de dois projetos financiados pela FCT: “Modernismos do Sul” (2014-2015) e “Modernismos Ibéricos e o imaginário primitivista” (2018-2022). Foi diretora do Instituto de História da Arte da NOVA FCSH entre 2016 e 2022 e integra agora como subdiretora a nova direção eleita para o triénio 2023-2025. É membro da direção da RIHA—The International Association of Research Institutes in the History of Art (desde 2021) e do Conselho Científico do INHA (desde 2023).
André Guedes (Lisboa, 1971) é licenciado em Arquitetura pela FA/Universidade Técnica de Lisboa. Frequentou a pós-graduação em Antropologia do Espaço na Universidade Nova de Lisboa. Participou em diversos programas de residência de criação, nomeadamente: Gasworks (Londres, 2011), Nosadella.due (Bologna, 2007), Le Pavillon / Palais de Tokyo (Paris, 2004/2005), Fondazione Pistoletto/Cittadellarte (Biella, 2003). Em 2007 recebeu o Prémio de Artes Plásticas União Latina.
Entre as exposições e performances individuais destacam-se: Formas Antigas, Novas Circunstâncias, Galeria Vera Cortês, Lisboa (2019); Pleasure Gardens, Kunsthalle Lissabon, Lisboa (2011/2012); Hoxe comezamos a falar, Colexio de Fonseca, Santiago de Compostela (2011); L’argent, Galerie Crèvecoeur, Paris (2010); The Losts, The Bluecoat, Liverpool (2009); AIROTIV, Vitoria, Centro Cultural Montehermoso, Vitoria-Gasteiz, Espanha (2009); Better Days, For These Days (2008), Galeria Lisboa 20; Informações/Information (2007), Chiado 8, Lisboa; Better Days (2007), Museo Internazionale della Musica, Bolonha; O jardim e o casino, a praia e a piscina (2005), Galeria Lisboa 20, Lisboa; Outras árvores, outro interruptor, outro fumador e uma peça preparada (2004/2005), Museu de Serralves, Porto; SlowMotion (2003), ESTGAD, Caldas da Rainha.
Nas exposições coletivas destacam-se: A Sexta Parte do Mundo, Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira (2017); Play, Galeria Quadrum, Lisboa (2011); I’m not here. An exhibition without Francis Alys, De Appel, Amsterdão (2010); Practising Memory, Fondazione Pistoletto, Biella, Itália (2010); World Question Centre, 2,ª Bienal de Atenas (2009); The Clearing, Prague Triennale, Praga (2008); El Medio Es El Museo (2008), Koldo Mitxelena, San Sebastián; Disarming Matter (2008), Dunkers Kulturhus, Helsingborg, Suécia; Prémio de Artes Plásticas União Latina, Culturgest, Lisboa (2007); Por Entre as Linhas, Museu das Comunicações, Lisboa (2007); La Ciudad Interpretada (2006), Santiago de Compostela; The Final Cut (2005), Palais de Tokyo, Paris; Otras Alternativas (2003), MARCO, Vigo; Partituras e Paisagens (2002), Festival Danças na Cidade / Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; “Festival Brrr Live Art” (2001), Porto.
Realizou a conceção espacial das seguintes obras coreográficas: Hors Sujet Ou Le Bel Ici (2007) de Martine Pisani; como rebolar alegremente sobre um vazio interior (2001) de Vera Mantero para o Ballet Gulbenkian; Notas para um espetáculo invisível (2000) de Miguel Pereira; Contract with the skin (2000) de Paulo Henrique. Concebeu diversos projetos cénicos a solo ou em colaboração com Miguel Loureiro e a companhia de teatro Cão Solteiro.
Foi o curador convidado da edição de 2020 do Festival Internacional de Dança Cumplicidades.
O artista vive e trabalha em Lisboa.

© Daniel Moreira e Rita Castro Neves
de Daniel Moreira e Rita Castro Neves
Percurso performativo
19 Set 2024 (Qui) | 20:00
20 Set 2024 (Sex) | 20:00
Estaleiros Navais, Azurara, Vila do Conde
Percurso performativo no âmbito do 20.º Circular Festival de Artes Performativas
Holofáutico foi a primeira intervenção criada no âmbito do projeto Microcidades - , com curadoria de Joclécio Azevedo -, tendo sido apresentada uma primeira versão em julho de 2023. Esta nova versão do percurso performativo integra alterações espaciais e materiais próprias de um contexto de trabalho em permanente mutação.
A dupla de artistas Daniel Moreira e Rita Castro Neves propõe um percurso performativo por este lugar fora de água, de barcos em terra, enquanto reflexo do que foi a sua experiência de aprendizagem sobre as histórias e as técnicas da construção naval. Impressionante espaço de confluência de imagens e pessoas, é por entre embarcações novas e antigas, em processo de construção ou reparação, que nos deixamos navegar por este importante centro aglutinador das atividades piscatórias e da memória coletiva da região.
Pérola do Mar, Virgem Santíssima, Francisco Zé, Sorriso da Vida, Mestre Fernando Lé, Astro do Mar, Avó Cacheira, Sonho de Infância, o Melhorzinho do Mundo, povoam o estaleiro em profusão de cores e signos. Micro-ações para uma micro-cidade, acompanham um percurso que se inicia com a noite, para deitar uma luz sobre o universo náutico.
Performers: Daniel Moreira e Rita Castro Neves | Guia: Joclécio Azevedo | Sala do Risco: António José Carmo e João Praça / Curso de Carpintaria Naval CDAN | Voz de Comando: José Cerqueira / Sicnave Lda | Grua-Avião: Paulo Rodrigues / Sicnave Lda | Hangar: Bárbara Carmo, Gonçalo Barreto e Susana Barreto / Samuel & Filhos Lda | Apoio: Docapesca
Ensaio para a publicação: António Guerreiro
Agradecimentos: Barreto & Filhos Lda, Sicnave Lda, Samuel & Filhos Lda, União Construtora Naval, estudantes do Curso de Carpintaria Naval CDAN, Albino Santos, António José Carmo, Bárbara Carmo, Francisco Moreira, Liliana Pereira, Mário Fontes, Mário Rodrigues (pai), Mário Rodrigues (filho), Paulo Agra, Paulo Rodrigues, Víctor Martins
Com percursos artísticos separados, começam a trabalhar em colaboração em 2015, iniciando um projeto longo a partir da natureza, em que refletem com o desenho, a fotografia, o som, o vídeo e a performance, sobre colaboração artística, diferentes técnicas e culturas artísticas, território, ciência, escala e percurso. O seu trabalho, influenciado pelo pensamento animista, parte muitas vezes do lugar em que se encontram. Atentos às possibilidades das matérias, encontram soluções simples, mesmo para resultados complexos e de larga escala, que são frequentemente devedoras dos saberes tradicionais e populares.
Em 2020 terminam o projeto de recuperação da Escola de Macieira, uma antiga escola primária do Plano dos Centenários na Serra de São Macário, na Beira Alta, para aí iniciarem um projeto de reflexão sobre cultura serrana, a natureza e o rural, e logo pela ecologia, a biopolítica e a preservação ambiental.
No seu estúdio no Porto desenvolvem desde 2021 o projeto de arte postal Caixa de Correio.
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© Daniel Moreira e Rita Castro Neves
[Exposição] Holofáutico de Daniel Moreira e Rita Castro Neves
Inauguração:
30 Nov 2024 (Sáb) 15:30
Exposição:
30 Nov 2024 - 23 Fev 2025
Centro de Memória de Vila do Conde
As visitas dos artistas aos Estaleiros iniciaram em Janeiro de 2023, tendo resultado numa performance a 22 de Julho de 2023 e depois, a 19 e 20 de Setembro de 2024, no Circular Festival de Artes Performativas. O percurso performativo pelos Estaleiros de Azurara, conduzia o público por este lugar fora de água, de barcos em terra, enquanto reflexo do que foi a experiência de aprendizagem sobre as histórias e as técnicas da construção naval nortenha, a partir do conhecimento local da realidade dos Estaleiros de Vila do Conde.
Impressionante espaço de confluência de imagens e pessoas, foi por entre embarcações novas e antigas, em processo de construção ou reparação, que se navegou por este importante centro aglutinador das actividades piscatórias e da memória colectiva - uma história social, económica e cultural fundamental na construção identitária de toda a região.
Lugar do trabalho árduo, quer faça chuva, quer faça sol, mais de dia, mas também de noite, é aqui que o trabalho artístico se desenvolve, em interação e em proximidade com construtores navais, trabalhadores, operadores, armadores e pescadores, e nas aprendizagens com o desenhador naval e professor António José Carmo, na Sala do Risco e no Centro de Artes Náuticas de Vila do Conde.
Pérola do Mar, Virgem Santíssima, Francisco Zé, Sorriso da Vida, Mestre Fernando Lé, Astro do Mar, Avó Cacheira, Melhorzinho do Mundo, Arca do Futuro, Eterno Beira Mar, Lua Brilhante, povoam os estaleiros em profusão de cores e signos. A sonoridade e a visualidade próprias do lugar industrial, os ciclos de acumulação e limpeza de materiais, as diferentes línguas dos diferentes trabalhadores, a mutação constante do cenário do lugar e do trabalho impelem a uma grande adaptabilidade. Micro-acções para uma micro-cidade, pontuaram momentos do percurso desenhado pelos artistas para o público, com surpreendentes intervenções de vários elementos da comunidade, num percurso especulativo e operático que se inicia ao anoitecer, para melhor incidir uma luz sobre o mundo náutico.
Agora, no Centro de Memória, a instalação materializa com simplicidade de meios e imersividade, a ideia de construção, reparação, acumulação e memória. Materiais colectados nos estaleiros acumulam-se em novas imagens, para a criação de um lugar que evoca vidas, saberes e a flutuação do meio.
A exposição é possível graças ao apoio do programa Norte Pontual da CCDR-Norte.
Agradecemos a todas e todos que tornaram o Holofáutico possível, e que no processo de pesquisa e construção deste projeto contribuíram com conhecimento, memórias, histórias, com acesso aos locais e aos materiais, e até com a sua generosa participação nas performances. Só com o vosso apoio conseguimos chegar aqui. Agradecemos à CCDR-Norte que tornou a exposição possível, à APDL, Docapesca, Barreto & Filhos Lda, Sicnave Lda, Samuel & Filhos Lda, União Construtora Naval, Albino Santos, Ana Carmo, aos estudantes do Curso de Carpintaria Naval CDAN, e em especial ao João Praça, ao Francisco Moreira, Gonçalo Barreto, José Cerqueira, Liliana Pereira, Mário Rodrigues (pai), Mário Rodrigues (filho), Susana Barreto e Víctor Martins. Por fim, um agradecimento muito especial ao Mário Fontes, aquele que foi o nosso “guia” pelos estaleiros, ao Paulo Rodrigues pela sua simpatia e ajuda imprescindível ao longo de todo o processo, à Bárbara Carmo pelo seu tempo e capacidade de construir pontes entre pessoas, ao António José Carmo por todo o seu conhecimento sobre construção naval e pesca, pelas longas conversas e todo o apoio na concretização do Holofáutico.
Daniel Moreira e Rita Castro Neves vivem e trabalham entre o Porto e a Beira Alta. Daniel Moreira é licenciado em Arquitectura, iniciando em 2000 um percurso multidisciplinar entre a arquitectura e as artes plásticas. Rita Castro Neves, após terminar o Curso Avançado de Fotografia do Ar.Co em Lisboa e o Master in Fine Art da Slade School of Fine Art de Londres, inicia uma atividade artística regular, de docência e de curadoria.
A exposição é possível graças ao apoio do programa Norte Pontual da CCDR-Norte.
Agradecemos a todas e todos que tornaram o Holofáutico possível, e que no processo de pesquisa e construção deste projeto contribuíram com conhecimento, memórias, histórias, com acesso aos locais e aos materiais, e até com a sua generosa participação nas performances. Só com o vosso apoio conseguimos chegar aqui. Agradecemos à CCDR-Norte que tornou a exposição possível, à APDL, Docapesca, Barreto & Filhos Lda, Sicnave Lda, Samuel & Filhos Lda, União Construtora Naval, Albino Santos, Ana Carmo, aos estudantes do Curso de Carpintaria Naval CDAN, e em especial ao João Praça, ao Francisco Moreira, Gonçalo Barreto, José Cerqueira, Liliana Pereira, Mário Rodrigues (pai), Mário Rodrigues (filho), Susana Barreto e Víctor Martins. Por fim, um agradecimento muito especial ao Mário Fontes, aquele que foi o nosso “guia” pelos estaleiros, ao Paulo Rodrigues pela sua simpatia e ajuda imprescindível ao longo de todo o processo, à Bárbara Carmo pelo seu tempo e capacidade de construir pontes entre pessoas, ao António José Carmo por todo o seu conhecimento sobre construção naval e pesca, pelas longas conversas e todo o apoio na concretização do Holofáutico.
Daniel Moreira e Rita Castro Neves vivem e trabalham entre o Porto e a Beira Alta. Daniel Moreira é licenciado em Arquitectura, iniciando em 2000 um percurso multidisciplinar entre a arquitectura e as artes plásticas. Rita Castro Neves, após terminar o Curso Avançado de Fotografia do Ar.Co em Lisboa e o Master in Fine Art da Slade School of Fine Art de Londres, inicia uma atividade artística regular, de docência e de curadoria.
Com percursos artísticos separados, começam a trabalhar em colaboração em 2015, iniciando um projecto longo a partir da natureza, em que reflectem com o desenho, a fotografia, o som, o vídeo e a performance, sobre colaboração artística, diferentes técnicas e culturas artísticas, território, ciência, escala e percurso. O seu trabalho, influenciado pelo pensamento animista, parte muitas vezes do lugar em que se encontram. Atentos às possibilidades das matérias, encontram soluções simples, mesmo para resultados complexos e de larga escala, que são frequentemente devedoras dos saberes tradicionais e populares.
Em 2020 terminam o projecto de recuperação da Escola de Macieira, uma antiga escola primária do Plano dos Centenários na Serra de São Macário, na Beira Alta, para aí iniciarem um projecto de reflexão sobre cultura serrana, a natureza e o rural, e logo pela ecologia, a biopolítica e a preservação ambiental.
No seu estúdio no Porto desenvolvem desde 2021 o projecto de arte postal Caixa de Correio.