share facebook share facebook

Partilhar

Voltar

Voltar

  • A academia enquanto performance © Jani Nummela

  • Rogério Nuno Costa © Luísa Cativo

  • Imagem disparadora da videoperformance 4A ou 4B, 2021 © DR

  • Dori Nigro © José Sérgio

  • © DR

  • © DR

Projecto Corporalidade, temporalidade e pensamento / 2023

Projectos

Escola Secundária José Régio
Outubro - Dezembro 2023
Este projecto dirige-se a alunos do ensino secundário e básico e configura-se através de um conjunto de aulas que problematizam as formas como experienciamos o corpo através das suas transformações, das suas articulações no espaço público e privado, da circulação permanente das suas imagens e representações. Os tópicos abordados em cada aula interligam diferentes disciplinas e produzem focos de atenção que tentam permitir a disseminação de olhares em torno do papel do corpo na história, na actualidade, na cultura contemporânea e na prática artística. Cada aula parte da observação ou investigação em torno de fenómenos culturais e políticos, na tentativa de examinar o corpo enquanto elemento disruptivo na vida social, no discurso e nas relações que estabelecemos com os outros e com o mundo ao qual pertencemos. Este ciclo de aulas dialoga com a área de educação para a cidadania e conta com o apoio de professores locais ligados a diversas disciplinas como história, filosofia, artes visuais, economia ou multimédia.

Aulas e convidados:
I - Vou A Tua Casa: performatividade, intimidade e documentalidade, Rogério Nuno Costa
II - PerformAfro, Dori Nigro
III - CORPOS QUEER na performance, Joana Castro


 

A academia enquanto performance © Jani Nummela

Vou A Tua Casa: performatividade, intimidade e documentalidade
Rogério Nuno Costa


A partir do estudo de temas, conceitos e operações performativas problematizados pela trilogia de performances teatrais em espaços inusitados “Vou A Tua Casa” (2003-2006), proponho uma sessão de trabalho experimental dividida em duas partes. Na primeira, farei uma exposição teórica do mecanismo-performance na sua relação com a tríade corpo-tempo-espaço, elaborando em torno das noções de representação, participação, co-autoria, memória e compromisso, activadas em diferentes intensidades pelo projecto “Vou A Tua Casa”. Ao mesmo tempo, serão discutidas certas especificidades relacionais que o projecto sugere, mapeando configurações espaciais, temporais e interrelacionais com graus de privacidade/intimidade distintos, aprofundando com maior detalhe os problemas (técnicos e éticos) colocados à documentação a partir do binómio objectualidade/residualidade. Na segunda parte, proponho a realização de um exercício duracional de activação do mecanismo-performance “Vou A Tua Casa”, realizado colectiva e colaborativamente a partir do contexto espacial/relacional onde o encontro acontece: a sala de aula. Serão exploradas práticas de atenção, suspensão e revelação de situações performativas latentes, procurando (ou esperando por) enunciados que brotem da observação e potencial registo de materialidades acidentais e/ou serendípicas. Xs alunxs serão desafiadxs a registar a sua experiência ao longo do exercício, devolvendo no final uma activação comentada dos materiais documentais produzidos à luz do enunciado corporalidade-temporalidade-pensamento.

Rogério Nuno Costa
(1978) é performer, encenador, escritor, investigador, pedagogo e curador. Vive e trabalha entre Portugal e a Finlândia, desenvolvendo trabalho para-artístico e documental de natureza híbrida e transdisciplinar. As suas peças exploram e problematizam os campos das artes performativas e da literatura nas suas interseções com a filosofia, a teoria de arte e as ciências sociais e da comunicação. Colabora com vários artistas na condição de dramaturgista e coordenador editorial.

www.rogerionunocosta.com
www.facebook.com/rogerionunocosta.art
www.instagram.com/rogerionunocosta
 
 
 
Imagem disparadora da videoperformance 4A ou 4B, 2021 © DR

PerformAfro
Dori Nigro
 
PerformAfro se propõe ser um espaço de conversa em modo circular acerca do colonialismo e de sua perpetuação na realidade concreta. Nesta roda, apresentarei minha prática artística, atravessada pelo meu pertencimento e atuação no mundo enquanto sujeito negro, em ressonâncias com outras criações performativas que problematizam a ideia da identidade, da construção da raça e do lugar da subalternidade a que muitos corpos negros são colocados no mundo, como consequência do racismo estrutural e institucional.
 
Dori Nigro (Recife, Brasil - Porto, Portugal). É performer e arte/educador. Originário de uma família mestiça e modesta do nordeste brasileiro, enveredou pelo caminho das artes através do teatro amador comunitário. Teve acesso aos estudos por meio de políticas afirmativas. Em 2023 criou a performance Serei/Afrodiaspórica no contexto do Festival DDD, Porto. Também em 2023 cocriou, com a Estrutura, o espetáculo descobri-quê, em coprodução com o Teatro D. Maria II. Em 2021 criou a videoperformance 4A ou 4B para o Espaço Mira, no contexto da Mostra Online: o mundo que nos vê. Em 2020 cocriou, com Paulo Pinto, a performance PIN DOR AMA: Primeira Lição, no Museu como Performance, Serralves. Tem trabalho artístico na coleção da Galeria Municipal da Câmara do Porto, através do prêmio Aquisições 2020. Participou nas seguintes exposições coletivas: Poste Vídeo Arte, na Galeria Estéril, Porto, 2020; Atelier Aberto, Coimbra 2017 - 2019; Big Gay Heart, Espaço Mira, Porto, 2019; Vídeolab, Convento São Francisco, Coimbra, 2018; Motel Coimbra, Colégio das Artes, Coimbra 2016; Sentido(s) Direction(s), Fórum da Maia, 2014. Em 2014 cocriou, com Paulo Pinto, a exposição Exercícios de Casa, no espaço Casazul, em Barcelos. É doutor em Arte Contemporânea; mestre em Práticas Artísticas Contemporâneas; especialista em Arte Educação; bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Fotografia; e licenciado em Pedagogia. É mediador, com Paulo Pinto, do LÁRoyé, casa de partilhas criativas, afetivas e ancestrais e co-criador do Tuia de Artifícios, coletivo de práticas artísticas, arte/educação e arte/terapia. É membro da União Negra das Artes (UNA).

 

© DR
 
CORPOS QUEER na performance
Joana Castro
 
Neste encontro abordaremos a letra Q da sigla LGBTQIAP+. Desde a origem da palavra Queer, o seu uso nos estudos académicos (Teoria Queer), a própria identidade queer, passando por algumas referências de artistas Queer na performance, pela minha identidade Queer e sua relação com a pesquisa artística que tenho vindo a desenvolver ao longo dos anos, em particular com o meu mais recente projeto de investigação LABIA.
 
Joana Castro
Artista não-binárie desenvolve os seus projetos entre a dança, a performance, a voz e o som, tendo apresentado algumas das suas obras em Portugal, França, Bélgica, Alemanha e Brasil.
Dos seus projetos na área da dança/performance destaca "Perto... tanto quanto possível" (2014), "EVERLASTING" (2016), "SU8MARINO" (2017/18), "RITE OF DECAY" (2019/20), "and STILL we MOVE" (2021), “Darktraces” (2021) e “Darktraces: on ghosts and spectral dances” (2022).
Para além de questões como a morte, o luto, a destruição, a falha e rituais de fim atravessarem a sua vida pessoal e invadirem as suas criações, as questões de género são transversais ao seu universo criativo, numa pesquisa de ume corpe que des(re)constrói a sua imagem e opera em estados ENTRE – no limiar das fronteiras do humano, sem género.
Tem o curso de intérprete profissional de dança pelo Balleteatro Escola Profissional (2003 a 2006), frequentou o Programa de Estudo, Pesquisa e Criação Coreográfica no Fórum Dança em Lisboa em 2008, recebeu uma bolsa de estudos do NEC em 2009, recebeu a bolsa para o programa DanceWeb em 2013, tirou um curso de produção de áudio na escola Bi-Motor em 2015 e frequentou a pós-graduação de especialização em performance na Faculdade de Belas Artes do Porto em 2016/17.
No momento desenvolve LABIA, um projeto de investigação transmutante e de caráter processual permanente, com diversas residências artísticas e apresentações a partir de 2023.