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Projecto Extramuros - Práticas artísticas em diálogo, 2.ª edição | Escola Básica 2,3 Frei João | Março 2023

Outros Projectos

O projecto Extramuros – Práticas artísticas em diálogo destina-se a alunos do 2.º e 3.º ciclo escolares, tem como objectivo examinar o potencial das práticas artísticas no envolvimento de crianças e jovens na exploração activa da sua identidade, lançando bases para repensar questões ligadas à relação entre a educação, cultura e cidadania.

Se olharmos para a educação como uma prática transformadora, que novas possibilidades podemos trazer para a participação, para a inclusão e para a construção de novos horizontes, reformulando modelos de educação para a cidadania que permitam visualizar as várias dimensões da pertença, seja no sentido social, cultural ou político?

Neste projecto a figura do artista aparece como mediadora de tensões, entendendo o trabalho artístico enquanto lugar de experimentação e de produção de relações, onde a realidade e a ficção espelham-se, o individual e o colectivo complementam-se, ou o imaginário da cultura e da sociedade alimentam-se mutualmente. A prática artística possui valores intrínsecos que não se esgotam na produção de obras, mas que se estendem na possibilidade de discussão, de encontro e de reflexão que propiciam novas experiências e aprendizagens. Numa primeira fase o projecto cria momentos de intimidade com o trabalho de artistas convidados, cujo trabalho dialoga com questões ligadas à reflexão em torno do espaço social, interculturalidade, género, tolerância ou memória coletiva. Numa segunda fase pretendemos activar de forma mais continuada a experimentação prática, criando oficinas e processos de criação com o envolvimento dos alunos.

Numa Europa constituída por uma malha de cidadanias europeias, que partilham e constroem um espaço comum, como pensar para além dos limites da família, da comunidade, do estado- nação, à procura de sentidos mais amplos de comunidade que permitam criar novos laços afectivos e formas de coabitar o presente?

Coordenação: Joclécio Azevedo | Produção: Circular Associação Cultural | Parceria: Escola Básica 2,3 Frei João



Público-alvo
: 5.º ao 9.º ano
Módulos:
I - A política (não) é para todos/as? | Inês Barbosa
II - O corpo como gesto político | Rebecca Moradalizadeh e Yasmine Moradalizadeh
III - O que é um problema? - oficinas de movimento | Beatriz Valentim





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A política (não) é para todos/as? | Inês Barbosa
Democracia, cidadania ou política são conceitos que, por vezes, nos causam comichão. O que significam de facto? Para que servem? Mais... a quem servem? Através da fotografia e do teatro-imagem, vamo-nos debruçar sobre essas palavras, esmiuçá-las e revirá-las, se for preciso, para que possamos discutir a importância que têm no nosso quotidiano e nos diferentes lugares que ocupamos.


© Rebecca e Yasmine Moradalizadeh

O corpo como gesto político
| Rebecca Moradalizadeh e Yasmine Moradalizadeh

Com base nas mais recentes manifestações e protestos passados no Irão (aquando da morte de Mahsa Amini) que se espalharam pelo mundo através do lema “Mulher, Vida, Liberdade”, esta sessão pretende abordar, refletir e problematizar o lugar do corpo no espaço público e como a performatividade e importância do gesto e da ação corporal se podem tornar na forma de intervenção, ativismo e identidade. Dando a conhecer as obras de artistas como Shirin Neshat, Newsha Tavakolian, Marjane Satrapi e os gestos simbólicos e políticos das ativistas iranianas reconhecidas como “The Girls of Revolution Street”, criamos um lugar para explorar o manifesto prático com (e sobre) o nosso corpo e abordar as nossas preocupações e os nossos gestos, na atualidade.


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O que é um problema? - oficinas de movimento | Beatriz Valentim
Como professora, bailarina e criadora, estou muito ligada à educação e aprendizagem da dança e do movimento. Dessa forma, proponho esta oficina de movimento para questionar os jovens sobre o que é um problema, o que é uma solução e que soluções existem num mundo tão complexo e exigente. Estas questões surgem como parte da pesquisa que estou a desenvolver para a minha nova criação “O que é um problema?”, a estrear em maio de 2023. As propostas são práticas e irão consistir em exercícios de exploração do espaço e do movimento, inspiradas em questões como:
O que é um problema e como o ultrapassamos? Que problemas existem no mundo?
Eu tenho problemas? O que sinto quando tenho um? E se eu pudesse mudar o mundo? Tenho sempre de encontrar uma solução? Quanto tempo tenho para encontrar a solução?





Inês Barbosa
É mestre em Associativismo e Animação Sociocultural e doutorada em Sociologia da Educação (UM). Tem ainda uma pós-graduação em Performance (FBAUP). Investigadora do Instituto de Sociologia (UP) na área de Criação Artística, Práticas e Políticas Culturais. Coordena o podcast “Ainda-Não: Sociologia e Utopia” e o Laboratório de Teatro & Política. A sua tese de doutoramento incidiu no estudo das práticas artísticas de contestação, tendo recebido uma Menção Honrosa do Prémio Jovens Cientistas Sociais (CES). Desenvolve pesquisas etnográficas e visuais relacionadas com os temas da precariedade, mobilizações sociais, direito à cidade ou o papel dos/as artistas na crítica à gentrificação turística. É formadora nas áreas de educação não-formal, cidadania, igualdade de género, animação de grupos e expressão dramática. Tem conjugado a investigação com a prática artística, desenvolvendo projetos ligados ao teatro, performance, música e instalação audiovisual. Participou como artista em festivais como Noc-Noc, NAA-Novas Artes Associadas, Binnar, Desobedoc, Utopia (Rio de Janeiro), Femmes du Monde en Scéne (Paris) ou Non-Festival (Gornji Grad). Tem orientado oficinas em inúmeros contextos, com destaque para a Academia Contemporânea do Espetáculo - Pólo de Famalicão ou para o Instituto Paulo Freire de Portugal. Colabora com a companhia de Dança - Esquiva na produção de conteúdos pedagógicos e artísticos. Foi curadora de exposições coletivas na Velha-a-Branca (2013), Okna (2019), Galeria Geraldes da Silva (2021) e Centro Português de Fotografia (2022). Participou ainda nas residências artísticas de Lamego, Festival Ibérico de Quintanilha, Hysteria, Zona Autónoma, Sauna - Galeria do Sol.

Rebecca Moradalizadeh
(Londres, 1989), artista plástica, performer e arte-educadora portuguesa-iraniana. Vive e trabalha no Porto. É mestra em Estudos Museológicos e Curatoriais e licenciada em Artes Plásticas - Multimédia pela FBAUP e frequentou o programa Erasmus na Sheffield Hallam University. O seu trabalho explora a performance art, vídeo, fotografia, instalação, desenho e gastronomia, incidindo-se sobre questões do corpo, identidade, território, memória, arquivo e vestígios da qual se destaca LandMarks Series, um projeto autobiográfico associado à obtenção da sua cidadania iraniana iniciado em 2015. Tem vindo a apresentar regularmente o seu trabalho em festivais, residências e artist talks em espaços institucionais e independentes, destacando-se a sua primeira exposição individual "Behind the Veil" com curadoria de Melissa Rodrigues e apresentada entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023 na Rampa, Porto. Em 2020, recebe a bolsa Reclamar Tempo do Teatro Municipal do Porto e em 2022 é selecionada para integrar a Coleção Municipal de Arte do Porto, com propostas do projeto LandMarks Series.

Yasmine Leal Moradalizadeh

Artista portuguesa-iraniana, 1999, Porto, Portugal. Licenciada em Artes Plásticas - Multimédia na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (2017-2021). Atualmente a sua prática individual explora questões de identidade, arquivo, memória e urbanismo, através de meios como a fotografia, vídeo, áudio e performance. É vencedora do Prémio de Aquisição FBAUP 2020-2021 com o seu projeto "1947". Em 2019, juntamente com Beatriz Sarmento, funda o Colectivo SEM-FIM. Em 2020, criam o projeto "Conversas Sobre Performance" contando com quatro edições, com participações de Piny, Cristina Planas Leitão, Melissa Rodrigues e Ana Rita Xavier. Em 2021, integram a exposição "SITUAÇÃO 21" com curadoria de Miguel Von Hafe Perez na Galeria Presença, com a obra "encontro-me a encontrar-te", pertencente à Coleção Norlinda e José Lima.

Beatriz Valentim
É bailarina, criadora e professora de dança. Estudou dança na Escola de Dança do Conservatório Nacional, Lisboa, e completou a sua formação com o Elite Trainning Program da companhia Budapest Dance Theatre e o F.O.R. Dance Theatre da Companhia Olga Roriz. É licenciada em sociologia pelo ISCTE-IUL, Lisboa, e concluiu a Pós-Graduação em Dança Contemporânea da ESMAE, Porto, terminando como bolseira para o Camping 2020 do Centre National de la Danse, Paris.
Tem vindo a trabalhar com vários coreógrafos e artistas como Olga Roriz, Renato Zanella, Jérôme Bel, Raimund Hoghe, Mafalda Deville, Sara Garcia, Elisabeth Lambeck, Inês Jacques e Mão Morta, São Castro e António Cabrita, Teatro do Montemuro, Sílvia Real e Francisco Camacho, Ensemble Sociedade de Actores, Né Barros, Jonas&Lander, Joana Magalhães e Comédias do Minho. Da sua autoria, destaca três trabalhos: "VADO: solo sobre as coisas vazias”, com o músico Pedro Souza, “NINA", iniciado em contexto académico e apresentado no Serralves em Festa 2019 e no Curtas de Dança 2020, e “Self”, apresentado no Festival Interferências, Lisboa, e no Corpo + Cidade / DDD out, Matosinhos.
https://beatrizvalentim.pt/