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Projecto Extramuros - Práticas artísticas em diálogo 2022

Outros Projectos

Abril a Junho 2022 | Escola Básica 2,3 Frei João
O projecto Extramuros – Práticas artísticas em diálogo destina-se a alunos do 2.º e 3.º ciclo escolares, tem como objectivo examinar o potencial das práticas artísticas no envolvimento de crianças e jovens na exploração activa da sua identidade, lançando bases para repensar questões ligadas à relação entre a educação, cultura e cidadania.

Se olharmos para a educação como uma prática transformadora, que novas possibilidades podemos trazer para a participação, para a inclusão e para a construção de novos horizontes, reformulando modelos de educação para a cidadania que permitam visualizar as várias dimensões da pertença, seja no sentido social, cultural ou político?

Neste projecto a figura do artista aparece como mediadora de tensões, entendendo o trabalho artístico enquanto lugar de experimentação e de produção de relações, onde a realidade e a ficção espelham-se, o individual e o colectivo complementam-se, ou o imaginário da cultura e da sociedade alimentam-se mutualmente. A prática artística possui valores intrínsecos que não se esgotam na produção de obras, mas que se estendem na possibilidade de discussão, de encontro e de reflexão que propiciam novas experiências e aprendizagens. Numa primeira fase o projecto cria momentos de intimidade com o trabalho de artistas convidados, cujo trabalho dialoga com questões ligadas à reflexão em torno do espaço social, interculturalidade, género, tolerância ou memória coletiva. Numa segunda fase pretendemos activar de forma mais continuada a experimentação prática, criando oficinas e processos de criação com o envolvimento dos alunos.

Num contexto em que a escola se tornou um local de encontro social e eixo fundamental da formação de crianças e jovens, queremos reflectir sobre as condições de existência para os cidadãos do futuro. Que experiências podem contribuir para a formação estética e ética dos indivíduos, incluindo o acesso à arte e a cultura como elementos indispensáveis à construção de novos cenários para a colectividade?

Numa Europa constituída por uma malha de cidadanias europeias, que partilham e constroem um espaço comum, como pensar para além dos limites da família, da comunidade, do estado- nação, à procura de sentidos mais amplos de comunidade que permitam criar novos laços afectivos e formas de coabitar o presente?

Coordenação: Joclécio Azevedo | Produção: Circular Associação Cultural | Parceria: Escola Básica 2,3 Frei João



Público-alvo: 5.º ao 9.º ano
Módulos:
I - Não gosto de política | Paulo Mota
II -  O meu corpo fala | Mercedes Quijada Rama 
III - Do nome à identidade: memórias de um passado presente | Rebecca Moradalizadeh e Yasmine Moradalizadeh





© DR

Não gosto de política | Paulo Mota
Todos agimos politicamente sem ter consciência disso, muitos dizemos que não queremos votar sem a consciência de que "votamos" todos os dias. O território político, ou o ponto de vista político do mundo, está nas relações invisíveis do dia-a-dia onde tudo se conecta, se alimenta ou se destrói. Vamos colocar-nos na posição de alguém que é obcecado com as consequências políticas que as pequenas acções diárias podem desencadear e traduzir em acções em frases, aquilo que no teatro chamamos de subtexto.


© Alipio

O meu corpo fala
| Mercedes Quijada Rama

Uma visão contemporânea do corpo feminino nas artes performativas proveniente de uma origem tradicional; flamenco, cultura cigana, através das artes plásticas e da dança contemporânea.
Nestas curtas aulas, a artista Mercedes Rama partilhará a sua visão e a de muitas mulheres que a rodeiam no mundo artístico.
Será dada visibilidade às questões sociais sobre o corpo feminino nas artes.
Como os bailarinos utilizam o corpo como ferramenta de trabalho.
Diferenças de género na dança.
A ideia de "gesto quotidiano" será explorada a fim de construir com os estudantes uma curta peça de dança contemporânea baseada na improvisação e composição instantânea. Duas ferramentas e técnicas de trabalho atualmente utilizadas na dança contemporânea.
O gesto como uma linguagem universal, memória umbilical. Ponto de ligação com toda a humanidade.
 
* A expressão mais verdadeira do povo está na sua dança e na sua música. O corpo nunca mente. 
Agnes De Mille (1905 - 1993).





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Do nome à identidade: memórias de um passado presente | Rebecca Moradalizadeh e Yasmine Moradalizadeh
Com base numa pesquisa recente sobre o nosso apelido «Moradalizadeh», é proposto um momento introdutório com a partilha de histórias poéticas, imagens de arquivo da nossa família e possível discussão de factos sociais, políticos e religiosos que foram ao longo do tempo compondo uma identidade que nos era (des)conhecida e longínqua.
Posto este momento de partilha, é pedido à turma que seja elaborado uma pequena reflexão do seu próprio apelido, a partir de ligações e estudos visuais e performativos dos cruzamentos interpessoais familiares.



Mercedes Quijada Rama
(ES 1991) iniciou a sua carreira na dança recebendo seis anos de formação em dança flamenca de duas grandes figuras; Manuel Santiago Maya ("Manolete") e María Guardia Gómez ("Mariquilla").
Licenciada em Belas Artes pela Universidade de Granada, formalizou os seus estudos de dança contemporânea no conservatório profissional de dança Reina Sofía em Granada enquanto fazia uma Pós-graduação em Educação Artística na Universidade de Granada. Foi membro da companhia de teatro de dança GRANADA TANZ. Participou como artista principal no "Regnum" de José Agudo, "Whistleblower" de Jorge Crecis, "Más tiempo que vida" pela Cía. Eva la Yerbabuena, "Ojalá" de Antonio Ruz e "Drama" de Víctor Hugo Pontes. Actualmente também trabalha como colaboradora e intérprete no projecto "LINGUA" com os poetas Vítor Hugo Moreira e Diogo Costa Leal. "SOROLL", com a bailarina catalã Sonia Prado, e "COBALTO" com a DJ Lola e a artista de graffiti Impessoa.

Paulo Mota
Nasceu em 1991 em Santa Cruz do Bispo, Matosinhos. Em 2010 terminou o curso de Interpretação da Academia Contemporânea do Espetáculo e, desde então, foi dirigido por Joana Providência, António Júlio, Madalena Victorino, André Braga e Cláudia Figueiredo, Victor Hugo Pontes, Ana Luena, Rogério de Carvalho, Gonçalo Amorim e João Garcia Miguel - destaca os espectáculos com música ao vivo com Dead Combo, Carlos Bica, João Paulo Esteves da Silva, Peixe, André Pires, Joana Gama e Pedro Augusto. Actualmente é professor de Interpretação na Academia Contemporânea do Espectáculo, no Porto.

Rebecca Moradalizadeh
Mestre em Estudos Museológicos e Curatoriais; licenciada em Artes Plásticas - Multimédia pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e, no âmbito do programa Erasmus, frequentou o curso Fine Arts Practice and Context na Sheffield Hallam University (UK). Desde 2010 desenvolve um percurso nas artes, apresentando o seu trabalho em exposições, festivais, residências e artist talks tanto em espaços institucionais como independentes, em Portugal e no estrangeiro. As áreas que explora são a Performance Art, gastronomia, vídeo, fotografia, instalação e desenho, onde são refletidas questões do corpo, identidade, território, memoria, arquivo e vestígios. Foi vencedora do 2.º prémio do Concurso Artes e Talentos da Fundação da Juventude; do Concurso Noite Branca de Braga e da bolsa de pesquisa e investigação “Reclamar Tempo” promovida pelo Teatro Municipal do Porto.

Yasmine Moradalizadeh
Artista portuguesa-iraniana, nascida em 1999, Porto, Portugal.
Licenciada em Artes Plásticas - Multimédia na Faculdade de Belas Artes pela Universidade do Porto (2017-2021). Tem vindo a desenvolver a maioria da sua actividade artística individual e colectiva a explorar várias técnicas e domínios como a fotografia, vídeo, têxteis, Performance Art e programação/curadoria. É vencedora do Prémio de Aquisição FBAUP 2020/2021 do curso de Artes Plásticas.
Em 2019, juntamente com Beatriz Sarmento, funda o Colectivo SEM-FIM.
Em 2020, o Colectivo cria o projeto “Conversas Sobre Performance” – Conversas Online, contando com três edições, tendo já participado as artistas e performers Piny, Cristina Planas Leitão e Melissa Rodrigues. O projeto recebe nesse mesmo ano uma bolsa de apoio da U. Porto e Banco Santander - programa Santander Universidades.