Protótipos de Encontro
Outros Projectos
Protótipos de encontro é um projecto que pretende, a partir das práticas artísticas, repensar modos de organização e de participação numa sociedade plural. Criando espaços de experimentação prática, residências e laboratórios performativos, o projecto tem como objectivo testar materialmente formas de cooperação dentro e fora da produção artística. Apesar de mais associada ao design ou ao mundo digital, a palavra protótipo é aqui entendida como uma possível forma de experimentação, convocada enquanto ferramenta metodológica, estabelecendo uma base de diálogo com colectivos de artistas, artistas individuais e investigadores convidados. Dando espaço a encontros programados e espontâneos, à imprevisibilidade e à possibilidade da falha, o fundamental será experimentar e testar em conjunto novos vocabulários, ecologias e configurações de práticas existentes ou por inventar. As relações de poder na vida quotidiana, a distribuição e desempenho de papéis na experiência colectiva, são alguns pontos de partida para problematizar configurações e modos de interação no espaço social.
Curadoria Protótipos de encontro: Joclécio Azevedo

© Margarida Ribeiro

© Margarida Ribeiro
Laboratório de metodologias e práticas colaborativas na criação cénica pós-dramática
por Afonso Becerra
Teatro Municipal de Vila do Conde — Sala de ensaios
23 Set. (Sáb.) | 15:00 - 18:00
24 Set. (Dom.) | 15:00 - 18:00
Oficina no âmbito do 19.º Circular Festival de Artes Performativas
Dentro da criação cénica podemos estabelecer duas maneiras, muito gerais, de agir, da perspetiva da engenharia e das metodologias: as dramaturgias de processo pós-dramáticas, por um lado, e as dramaturgias de conceito, na linhagem do drama. Estas últimas operam desde uma hierarquia e uma ordem semelhante à que utilizamos em grande parte dos âmbitos da nossa vida quotidiana. Uma pessoa, a/o dramaturga/o, planeia os conceitos, temas, argumentos e estilo que vão guiar a criação. Quando o processo de ensaios e preparação-criação do espetáculo vai começar, a dramaturgia já foi previamente desenhada, a peça já foi escrita, o projeto já foi imaginado e formulado. Portanto, a equipa artística, respeitando as hierarquias (dramaturga/o, encenador/a, atriz/ator, performer, bailarina/o, cenógrafa/o, desenhadoras/es de luz e som, etc.), vai ver restrita a capacidade de invenção e criação à realização ou representação da peça ou projeto cénico previamente ideado.
No caso das dramaturgias de processo pós-dramáticas, a peça, o espetáculo ou o objeto artístico não existem no começo, vão ser o resultado de um processo de colaboração de toda a equipa, dentro de um regime horizontal de criação em que todos os elementos enriquecem, diversificam e dão complexidade. No começo, se houver algum conceito, tema ou ideia, só vão ser pontos de partida, em pé de igualdade no que diz respeito a outros materiais que vão despoletar esse processo. Cá o labor de dramaturgia e encenação, por uma parte, vai ser uma função repartida entre todas as pessoas da equipa artística, e, por outra parte, pode ser o trabalho de gestão e coordenação, se calhar, de alguém dedicado unicamente a isto ou que também intervém diretamente na ação do espetáculo.
Nas dramaturgias de processo pós-dramáticas, a peça, espetáculo, ou objeto artístico, vai ser resultado do próprio jogo processual de colaboração. Mas essa complexidade e diversidade necessitam de algumas bases e metodologias que ajudem a estabelecer mecanismos de coesão e a encontrar o sentido ou sentidos possíveis partilháveis. Trata-se de uma experiência artística que vai ser partilhada com outras pessoas, com uma comunidade.
Neste laboratório vamos refletir e treinar uma metodologia aberta, baseada nas tensões rítmicas que proporcionam sentido, atração, interesse e participação efetiva e afetiva numa criação cénica, gerada de maneira processual e colaborativa. Uma metodologia que também vai ampliar as nossas capacidades percetivas, como espetadoras/es, assim como ajudar a realizar uma leitura mais aprofundada.
Temas a tratar (brevemente) e, se possível, experimentar:
— Dramaturgia como função e engenharia da ação nas artes cénicas.
— A ação e os seus dispositivos cénicos.
— Sentido e significado. Sensorialismo, emoção, afeto, cognição.
— Dramaturgias de processo pós-dramáticas face às dramaturgias de conceito dramáticas.
— Mecanismos rítmicos que geram coesão e determinam o sentido na criação. Tensões rítmicas que estabelecem pontes com a receção.
— Os materiais ponto de partida. Heterogeneidade, diversidade, contiguidade, simultaneidade, disjunção, pletora, horizontalidade, desierarquização.
— O processo de criação colaborativa. O devised theatre.
Afonso Becerra é dramaturgo, encenador, investigador e crítico. Professor de Dramaturgia na Escola Superior de Arte Dramática da Galiza, desde setembro de 2005. Doutor em Artes Cénicas pela Universitat Autònoma de Barcelona (2016). Licenciado em Arte Dramática pela Escola Superior d’Art Dramàtic do Institut del Teatre de Barcelona, na especialidade de Encenação e dramaturgia (2000). Diplomado como ator pelo Instituto do Teatro e das Artes Cénicas das Astúrias (ITAE, 1996). Premio Álvaro Cunqueiro de obras teatrais da Junta da Galiza (2001), tem publicadas várias peças teatrais e livros de ensaio. Diretor da erregueté | Revista Galega de Teatro, desde novembro de 2020. Colaborador sobre artes performativas em diferentes jornais, revistas, na televisão e na radio.
Além de artigos e colaborações em diversos volumes coletivos, tem publicado, como dramaturgo e ensaísta, as seguintes obras: Pandrama (Laiovento, 2022), História da dança contemporânea na Galiza (Através Editora, 2021), Confio-te o meu corpo. A dramaturgia pós-dramática (Através Editora, 2018), Textículos dramáticos e posdramáticos (Laiovento, 2013 e 2014), Roberto Vidal Bolaño e o xogo do teatro (Laiovento, 2012), 9999 em Banqueiros de Francisco Pillado Maior [Coord.] (Laiovento, 2012), Dramatículas (Laiovento, 2010), É un dicir (Revista das Letras. Nº 833. 19/08/10. Galicia Hoxe), Crio-Xénese (Laiovento, 2007), Dramaturxia. Teoría e práctica (Galaxia, 2007), Rexurdimento (RGT, 2006), O ritmo na dramaturxia (Universidade da Coruña, 2005) e Agnus Patris (Xerais, 2002).
Como tradutor publicou: O can de Lluïsa Cunillé (Érreguete, 2023. ISBN. 978-84-124722-4-0), O esboroamento da tenrura de Luisma Soriano (Erregueté, 2022), O corpo máis bonito que se atopará nunca neste sito de Josep Maria Miró (Erregueté, Nº 101, 2021), Lear de Francesc Meseguer (Erregueté, Nº 92, 2017), A obediencia da muller do pastor de Sergio Martínez Vila (Erregueté, Nº 87, 2016), Un pé xigante esmágaos a todos de Xavi Morató (RGT Nº 83, 2015), Mata o teu alumno de Carles Mallol (RGT Nº 79, 2014), O principio de Arquímides de Josep Maria Miró Coromina (RGT Nº 71, 2012), O tempo de Lluïsa Cunillé (RGT Nº 67, 2011), Na meta de Thomas Bernhard, en colaboración con Ana Contreras (Difusora das Letras, Artes e Ideas, 2010), A muller que perdía todos os avións de Josep Maria Miró Coromina (RGT Nº 63, 2010), Esquecer Barcelona de Carles Batlle (RGT Nº 59, 2009), Oasis de Carles Batlle (RGT Nº 55, 2008), O show de Kinsey de Jesús Díez (RGT Nº 54, 2008), Origami de Carlos Be (RGT Nº 50, 2007).
Em 2009 fundou, com Ana Contreras, a Cia. ÓNFALO TEATRO S.L. com a que estrearam Neuras de Mª Xosé Queizán (Auditorio de Cangas, 18/11/09), e NA META (Sálvese quen poida) de Thomas Bernhard (Mostra Internacional de Teatro de Ribadavia, 17/07/10). Anteriormente trabalhou nos espetáculos: Rosalía 21 (Producciones Bles S.L. Teatro Mella da Habana, 23/02/08), Porno de Dani Salgado (Teatre Lliure de Barcelona, 22/04/04), Assaig Obert de Dani Salgado (Teatre Lliure de Barcelona, 2003), ¿Tiene fantasmas este castillo? de Jordi Ardid (Històrica Produccions S.L. de Barcelona. Castell de Montjuïc, 15/07/02), Paraules i records de Mossen Cinto Verdaguer (Històrica Produccions S.L. de Barcelona. Vil·la Joana, 09/06/02), Macbeth de Shakespeare (Teatre Malic de Barcelona, 06/06/02), Cavallitus de Antonio Morcillo (Teatre Nacional de Catalunya. 32 Festival Internacional de Teatre de Sitges, 09/06/01), Rexurdimento. Visións dun cego (Nove Dous Teatro S.L. Auditorio do Carballiño, 15/10/2000), La barca nova de Ignasi Iglesias (Teatre Nacional de Catalunya, 06/10/99), La doma de la furia de W. Shakespeare (ITAE de Asturias. Palacio Valdés de Avilés, 14/06/96), El porque de las cosas de Quim Monzó (ITAE das Asturias. Sala Quiquilimón de Xixón, 04/03/96).
Pertence ao Conselho de Redação da Erregueté (Revista Galega de Teatro) desde 2006. É colaborador, com uma rubrica semanal sobre espetáculos, em El Periódico de las Artes Escénicas y Visuales ARTEZBLAI desde 2013. Colaborador mensal da revista de pensamento e debate Tempos Novos. Também realizou colaborações nas revistas Primer Acto, Grial, Luzes, Nós Diario. Foi membro da AICT (Associação Internacional de Crítica Teatral), da ADE (Associação de Diretores de Cena de Espanha). Do 2006 ao 2009 formou parte do Conselho Artístico do CDG (Centro Dramático Galego). Teve uma rubrica quinzenal sobre espetáculos no programa Zigzag da CRTVG (televisão pública da Galiza), entre setembro de 2019 e junho de 2021. Desde setembro de 2022 tem uma rubrica semanal sobre espetáculos no Diário Cultural da Radio Galega (CRTVG).
Dirigiu a Associação Cultural A Pipa de Becerreá desde 1988 até 2016, que organizava o Certame Literário da Alta Montanha de Lugo e as Noites Poéticas inauguradas por Uxío Novoneyra em 1996.
Ademais do Premio Álvaro Cunqueiro para textos teatrais da Junta da Galiza pola obra Agnus Patris (2001), que também foi finalista no Premio Nacional de Literatura Dramática do Ministério da Cultura de Espanha em 2001, foi finalista na modalidade de teatro dos prémios da Associação de Escritores/as em Língua Galega do ano 2008 pela obra Crio-Xénese. Recebeu o Premio Maria Casares à Melhor Versão pela obra O princípio de Arquimedes de Josep María Miró Coromina em 2016. Prémio de Honra 2020 do Festival de Teatro Galego, FETEGA, do Carbalhiño (Ourense). Menção de Honra no Prémio Internacional de Jornalismo Carlos Porto 2020 do Festival de Almada (Portugal).

© Margarida Ribeiro

© Margarida Ribeiro
Protótipos de Encontro
Residência artística: 08 - 14 Mai 2023
Portas Abertas: 13 Mai 2023 (sáb) 15:00
Teatro Municipal de Vila do Conde
Portas Abertas: 13 Mai 2023 (sáb) 15:00
Teatro Municipal de Vila do Conde
Para o primeiro encontro de 2023 acolhemos em residência artística o projecto Es.Col.Az (Estudo coletivo da aprendizagem), um projecto de investigação-criação com curadoria de Carlos Manoel Oliveira que toma a forma de eventos de ocupação crítica, incidindo sobretudo em lugares associados ao conhecimento como escolas, museus, teatros ou bibliotecas. Cada evento se organiza à volta de um formato próprio, tendo como base as práticas de trabalho e investigação dos convidados. O conceito de “corpo” e “performance”, juntamente com “técnica”, são os elos de ligação entre os profissionais que participam nas residências. Embora o elenco de participantes possa ser alterado a cada residência, mobilizando diferentes membros da comunidade, há um objectivo comum de criar ligações com os espaços ocupados, interagindo de forma artística e crítica com os seus contextos, com as suas histórias e criando processos de partilha de práticas performativas com o público local.
A residência em Vila do Conde conta com a participação de Carlos Manoel Oliveira, Joclécio Azevedo, Liliana Coutinho, Marta Wengorovius, Pedro Prazeres e Sofia Neuparth.
Será realizada uma sessão pública de partilha do projecto no dia 13 de Maio, Sábado, às 15:00, na Sala de Ensaios do Teatro Municipal de Vila do Conde (entrada livre).
Na sessão, os participantes irão partilhar com o público questões, práticas de corpo e metodologias que estiveram a experimentar durante a semana em Vila do Conde.
Curadoria Protótipos de encontro: Joclécio Azevedo | Curadoria Es.Col.Az: Carlos Manoel Oliveira
Co-produção: Circular Associação Cultural e Associação Parasita

© Margarida Ribeiro
Laboratório de metodologias e práticas colaborativas na criação cénica pós-dramática
por Afonso Becerra
Teatro Municipal de Vila do Conde — Sala de ensaios
23 Set. (Sáb.) | 15:00 - 18:00
24 Set. (Dom.) | 15:00 - 18:00
Oficina no âmbito do 19.º Circular Festival de Artes Performativas
Público-alvo: Estudantes do ensino superior ou profissional, nomeadamente de áreas ligadas às artes performativas. Outros estudantes ou profissionais que tenham interesse em desenvolver os seus processos criativos. Artistas ligados a diferentes áreas mas com interesse em performance e dramaturgia.
Na natureza das artes cénicas está o facto relacional. Nos atos teatrais, em qualquer modalidade cénica (dança, teatro, circo, performance e hibridações várias), quer nos teatros e salas dedicadas a espetáculos, quer em espaços não convencionais, o encontro e a partilha são bases fundamentais. É evidente, portanto, que a realização e o desfrute das artes cénicas ou também intituladas, por influência francesa, “artes vivas”, dependem da colaboração. Uma pessoa sozinha nem pode fazer, nem pode usufruir plenamente de teatro, dança, performance, circo...Dentro da criação cénica podemos estabelecer duas maneiras, muito gerais, de agir, da perspetiva da engenharia e das metodologias: as dramaturgias de processo pós-dramáticas, por um lado, e as dramaturgias de conceito, na linhagem do drama. Estas últimas operam desde uma hierarquia e uma ordem semelhante à que utilizamos em grande parte dos âmbitos da nossa vida quotidiana. Uma pessoa, a/o dramaturga/o, planeia os conceitos, temas, argumentos e estilo que vão guiar a criação. Quando o processo de ensaios e preparação-criação do espetáculo vai começar, a dramaturgia já foi previamente desenhada, a peça já foi escrita, o projeto já foi imaginado e formulado. Portanto, a equipa artística, respeitando as hierarquias (dramaturga/o, encenador/a, atriz/ator, performer, bailarina/o, cenógrafa/o, desenhadoras/es de luz e som, etc.), vai ver restrita a capacidade de invenção e criação à realização ou representação da peça ou projeto cénico previamente ideado.
No caso das dramaturgias de processo pós-dramáticas, a peça, o espetáculo ou o objeto artístico não existem no começo, vão ser o resultado de um processo de colaboração de toda a equipa, dentro de um regime horizontal de criação em que todos os elementos enriquecem, diversificam e dão complexidade. No começo, se houver algum conceito, tema ou ideia, só vão ser pontos de partida, em pé de igualdade no que diz respeito a outros materiais que vão despoletar esse processo. Cá o labor de dramaturgia e encenação, por uma parte, vai ser uma função repartida entre todas as pessoas da equipa artística, e, por outra parte, pode ser o trabalho de gestão e coordenação, se calhar, de alguém dedicado unicamente a isto ou que também intervém diretamente na ação do espetáculo.
Nas dramaturgias de processo pós-dramáticas, a peça, espetáculo, ou objeto artístico, vai ser resultado do próprio jogo processual de colaboração. Mas essa complexidade e diversidade necessitam de algumas bases e metodologias que ajudem a estabelecer mecanismos de coesão e a encontrar o sentido ou sentidos possíveis partilháveis. Trata-se de uma experiência artística que vai ser partilhada com outras pessoas, com uma comunidade.
Neste laboratório vamos refletir e treinar uma metodologia aberta, baseada nas tensões rítmicas que proporcionam sentido, atração, interesse e participação efetiva e afetiva numa criação cénica, gerada de maneira processual e colaborativa. Uma metodologia que também vai ampliar as nossas capacidades percetivas, como espetadoras/es, assim como ajudar a realizar uma leitura mais aprofundada.
Temas a tratar (brevemente) e, se possível, experimentar:
— Dramaturgia como função e engenharia da ação nas artes cénicas.
— A ação e os seus dispositivos cénicos.
— Sentido e significado. Sensorialismo, emoção, afeto, cognição.
— Dramaturgias de processo pós-dramáticas face às dramaturgias de conceito dramáticas.
— Mecanismos rítmicos que geram coesão e determinam o sentido na criação. Tensões rítmicas que estabelecem pontes com a receção.
— Os materiais ponto de partida. Heterogeneidade, diversidade, contiguidade, simultaneidade, disjunção, pletora, horizontalidade, desierarquização.
— O processo de criação colaborativa. O devised theatre.
Afonso Becerra é dramaturgo, encenador, investigador e crítico. Professor de Dramaturgia na Escola Superior de Arte Dramática da Galiza, desde setembro de 2005. Doutor em Artes Cénicas pela Universitat Autònoma de Barcelona (2016). Licenciado em Arte Dramática pela Escola Superior d’Art Dramàtic do Institut del Teatre de Barcelona, na especialidade de Encenação e dramaturgia (2000). Diplomado como ator pelo Instituto do Teatro e das Artes Cénicas das Astúrias (ITAE, 1996). Premio Álvaro Cunqueiro de obras teatrais da Junta da Galiza (2001), tem publicadas várias peças teatrais e livros de ensaio. Diretor da erregueté | Revista Galega de Teatro, desde novembro de 2020. Colaborador sobre artes performativas em diferentes jornais, revistas, na televisão e na radio.
Além de artigos e colaborações em diversos volumes coletivos, tem publicado, como dramaturgo e ensaísta, as seguintes obras: Pandrama (Laiovento, 2022), História da dança contemporânea na Galiza (Através Editora, 2021), Confio-te o meu corpo. A dramaturgia pós-dramática (Através Editora, 2018), Textículos dramáticos e posdramáticos (Laiovento, 2013 e 2014), Roberto Vidal Bolaño e o xogo do teatro (Laiovento, 2012), 9999 em Banqueiros de Francisco Pillado Maior [Coord.] (Laiovento, 2012), Dramatículas (Laiovento, 2010), É un dicir (Revista das Letras. Nº 833. 19/08/10. Galicia Hoxe), Crio-Xénese (Laiovento, 2007), Dramaturxia. Teoría e práctica (Galaxia, 2007), Rexurdimento (RGT, 2006), O ritmo na dramaturxia (Universidade da Coruña, 2005) e Agnus Patris (Xerais, 2002).
Como tradutor publicou: O can de Lluïsa Cunillé (Érreguete, 2023. ISBN. 978-84-124722-4-0), O esboroamento da tenrura de Luisma Soriano (Erregueté, 2022), O corpo máis bonito que se atopará nunca neste sito de Josep Maria Miró (Erregueté, Nº 101, 2021), Lear de Francesc Meseguer (Erregueté, Nº 92, 2017), A obediencia da muller do pastor de Sergio Martínez Vila (Erregueté, Nº 87, 2016), Un pé xigante esmágaos a todos de Xavi Morató (RGT Nº 83, 2015), Mata o teu alumno de Carles Mallol (RGT Nº 79, 2014), O principio de Arquímides de Josep Maria Miró Coromina (RGT Nº 71, 2012), O tempo de Lluïsa Cunillé (RGT Nº 67, 2011), Na meta de Thomas Bernhard, en colaboración con Ana Contreras (Difusora das Letras, Artes e Ideas, 2010), A muller que perdía todos os avións de Josep Maria Miró Coromina (RGT Nº 63, 2010), Esquecer Barcelona de Carles Batlle (RGT Nº 59, 2009), Oasis de Carles Batlle (RGT Nº 55, 2008), O show de Kinsey de Jesús Díez (RGT Nº 54, 2008), Origami de Carlos Be (RGT Nº 50, 2007).
Em 2009 fundou, com Ana Contreras, a Cia. ÓNFALO TEATRO S.L. com a que estrearam Neuras de Mª Xosé Queizán (Auditorio de Cangas, 18/11/09), e NA META (Sálvese quen poida) de Thomas Bernhard (Mostra Internacional de Teatro de Ribadavia, 17/07/10). Anteriormente trabalhou nos espetáculos: Rosalía 21 (Producciones Bles S.L. Teatro Mella da Habana, 23/02/08), Porno de Dani Salgado (Teatre Lliure de Barcelona, 22/04/04), Assaig Obert de Dani Salgado (Teatre Lliure de Barcelona, 2003), ¿Tiene fantasmas este castillo? de Jordi Ardid (Històrica Produccions S.L. de Barcelona. Castell de Montjuïc, 15/07/02), Paraules i records de Mossen Cinto Verdaguer (Històrica Produccions S.L. de Barcelona. Vil·la Joana, 09/06/02), Macbeth de Shakespeare (Teatre Malic de Barcelona, 06/06/02), Cavallitus de Antonio Morcillo (Teatre Nacional de Catalunya. 32 Festival Internacional de Teatre de Sitges, 09/06/01), Rexurdimento. Visións dun cego (Nove Dous Teatro S.L. Auditorio do Carballiño, 15/10/2000), La barca nova de Ignasi Iglesias (Teatre Nacional de Catalunya, 06/10/99), La doma de la furia de W. Shakespeare (ITAE de Asturias. Palacio Valdés de Avilés, 14/06/96), El porque de las cosas de Quim Monzó (ITAE das Asturias. Sala Quiquilimón de Xixón, 04/03/96).
Pertence ao Conselho de Redação da Erregueté (Revista Galega de Teatro) desde 2006. É colaborador, com uma rubrica semanal sobre espetáculos, em El Periódico de las Artes Escénicas y Visuales ARTEZBLAI desde 2013. Colaborador mensal da revista de pensamento e debate Tempos Novos. Também realizou colaborações nas revistas Primer Acto, Grial, Luzes, Nós Diario. Foi membro da AICT (Associação Internacional de Crítica Teatral), da ADE (Associação de Diretores de Cena de Espanha). Do 2006 ao 2009 formou parte do Conselho Artístico do CDG (Centro Dramático Galego). Teve uma rubrica quinzenal sobre espetáculos no programa Zigzag da CRTVG (televisão pública da Galiza), entre setembro de 2019 e junho de 2021. Desde setembro de 2022 tem uma rubrica semanal sobre espetáculos no Diário Cultural da Radio Galega (CRTVG).
Dirigiu a Associação Cultural A Pipa de Becerreá desde 1988 até 2016, que organizava o Certame Literário da Alta Montanha de Lugo e as Noites Poéticas inauguradas por Uxío Novoneyra em 1996.
Ademais do Premio Álvaro Cunqueiro para textos teatrais da Junta da Galiza pola obra Agnus Patris (2001), que também foi finalista no Premio Nacional de Literatura Dramática do Ministério da Cultura de Espanha em 2001, foi finalista na modalidade de teatro dos prémios da Associação de Escritores/as em Língua Galega do ano 2008 pela obra Crio-Xénese. Recebeu o Premio Maria Casares à Melhor Versão pela obra O princípio de Arquimedes de Josep María Miró Coromina em 2016. Prémio de Honra 2020 do Festival de Teatro Galego, FETEGA, do Carbalhiño (Ourense). Menção de Honra no Prémio Internacional de Jornalismo Carlos Porto 2020 do Festival de Almada (Portugal).

© Margarida Ribeiro
Modo Operativo AND: performar o comum
de/com Fernanda Eugenio
Centro de Documentação José Régio
28 Set 2024 (sáb.) | 14:00-18:00
Público-alvo: Estudantes do ensino superior ou profissional, nomeadamente de áreas ligadas às artes performativas. Outros estudantes ou profissionais que tenham interesse em desenvolver os seus processos criativos. Artistas ligados a diferentes áreas mas com interesse em performance e colaboração. Público em geral, sem experiência performativa, mas com interesse em adquirir ferramentas práticas de pensamento e de colaboração a partir do Modo Operativo And.
O Modo Operativo AND (MO_AND) é uma metodologia para a investigação das relações e da reciprocidade, assente no compromisso radical de “reparar (n)o Irreparável".
A ética praticada pelo MO_AND pode sintetizar-se no exercício do Re-parar: parar de novo, fazer o inventário-invenção do possível a cada vez, e efectuar a reparação através do cuidado-curadoria duracional das relações.
Através de exercícios práticos que colocam num mesmo plano o pensar e o fazer, o Modo Operativo AND permite a investigação directa e experiencial dos mecanismos singulares e colectivos da convivência, propondo ferramentas concretas para potenciar processos de colaboração, co-aprendizagem e negociação da convivência. Permite perceber padrões comportamentais e tendências relacionais, contribuindo para o desenvolvimento de capacidades de auto-regulação emocional, de auto-gestão da atenção (selecção, focalização e coordenação dos estímulos), e de consequentes tomadas de decisão e respectiva performação.
O MO_AND é partilhado através da interface de um 'jogo de tabuleiro' que define uma zona de atenção colectiva, e da manuseamento simultâneo de uma colecção de objectos, identificados como lixo, tralha ou desperdício, normalmente encontrados abandonados, em desuso, partidos, descartados ou obsoletos. São os restos e vestígios da cultura de consumo hegemónica e da destruição que as sociedades-natureza humanas estão cumulativamente a deixar no mundo, devorando a vitalidade do corpo-soma coletivo. Em cada um destes pequenos vestígios está a totalidade da sociedade e das suas dinâmicas, de modo que a tralha transporta muitos ensinamentos sobre as modulações da irreparabilidade, de forma crua e directa, e sobre as formas possíveis de a reparar.
Neste jogo não há regras preestabelecidas mas sim regras imanentes, que emergem do próprio jogar, ou seja, do co-posicionamento e da co-responsabilização de quem participa.
É uma prática transversal e sem pré-requisitos, partilhada em oficinas, escolas e laboratórios abertos à participação de qualquer pessoa interessada em estudar, de modo vivencial, as (micro)políticas implicadas na operacionalidade e na sustentabilidade do viver-juntes, bem como a praticar a criatividade noutros termos: deslocada do registo autocentrado e expandida em inventividade divergente e eticamente comprometida com a justeza.

© Luís Ferreira
Oficina em parceria com a ESMAD, no âmbito do Fórum Imagens do Real
Fernanda Eugenio é artista, antropóloga, investigadora e educadora. O seu trabalho envolve pesquisa de campo, escrita, criação conceitual, intervenção social, práticas somático-espirituais e performance expandida (corpo, instalação, vídeo, fotografia e proposições situadas). Actua na construção de modos de fazer transversais para a com-posição relacional, o cuidado-curadoria íntimo e colectivo e a criação por re-materialização - nomeadamente através do Modo Operativo AND (MO_AND), metodologia de cunho ético-estético e somático-político, que criou e vem desdobrando desde os anos 2000, dedicada à prática co(m)passionada da presença, à sintonização com a experiência sensível da inseparabilidade e à pesquisa dos processos de emergência, trans-forma-ação e tomada de des-cisão, no entrelaçamento entre fazeres artísticos, processos participativos, política e espiritualidade. Fundou e dirige, desde 2011, a plataforma AND_Lab | Arte-Pensamento e Políticas da Convivência (com sede em Lisboa e núcleos no Brasil e em Espanha), uma estrutura artesanal de investigação artística, que opera no cruzamento entre as artes, o pensamento crítico, as práticas político-afetivas encarnadas e as pedagogias radicais, reunindo criadores comprometides com o exercício da arte enquanto reciprocidade que sustenta a vida (em) comum. É pós-doutorada (2012) pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa; doutorada (2006) e mestre (2002) em Antropologia Social pelo Museu Nacional - UFRJ, formada em Dança pela Escola Angel Vianna. No Brasil, foi Pesquisadora Associada do CESAP/IUPERJ/UCAM (2003-17) e Professora Adjunta de Ciências Sociais na PUC-Rio (2005-12). Nos últimos vinte anos tem actuado como professora convidada em diversos programas de formação em ciências sociais e humanas, artes e performance na Europa, EUA e América do Sul, tendo passado por mais de uma centena de instituições e tido o seu trabalho com o MO_AND estudado em dissertações de mestrado e teses de doutoramento nas mais diversas áreas de actuação, especialmente artes, psicologia, pedagogia, arquitetura e estudos culturais. A suas publicações, criações artísticas e colaborações circula(ra)m por Brasil, Chile, Argentina, Peru, Portugal, Espanha, Bélgica, França, Itália, Grécia, Alemanha, Áustria, República Checa, Reino Unido, EUA, Canadá, Nova Zelândia, Vietname e Filipinas.

© Luís Ferreira
Modo Operativo AND: performar o comum
de/com Fernanda Eugenio
BlackBox ESMAD
15 Nov 2024 (sex) | 14:00-18:00
No dia 15 de Novembro, pelas 9h30, na BlackBox da ESMAD, o Imagens do Real Imaginado recebe a artista, antropóloga e investigadora Fernanda Eugénio. Através de exercícios práticos que colocam num mesmo plano o pensar e o fazer, o workshop Modo Operativo AND: performar o comum de/com propõe uma abordagem prática aos mecanismos singulares e colectivos da convivência, propondo ferramentas concretas para potenciar processos de colaboração, co-aprendizagem e negociação da convivência.
A ética praticada pelo MO_AND pode sintetizar-se no exercício do Re-parar: parar de novo, fazer o inventário-invenção do possível a cada vez, e efectuar a reparação através do cuidado-curadoria duracional das relações. O Modo Operativo AND permite perceber padrões comportamentais e tendências relacionais, contribuindo para o desenvolvimento de capacidades de auto-regulação emocional, de auto-gestão da atenção (selecção, focalização e coordenação dos estímulos), e de consequentes tomadas de decisão e respectiva performação.
O MO_AND é partilhado através da interface de um ‘jogo de tabuleiro’ que define uma zona de atenção colectiva, e do manuseamento simultâneo de uma colecção de objectos, identificados como lixo, tralha ou desperdício, normalmente encontrados abandonados, em desuso, partidos, descartados ou obsoletos. São os restos e vestígios da cultura de consumo hegemónica e da destruição que as sociedades-natureza humanas estão cumulativamente a deixar no mundo, devorando a vitalidade do corpo-soma colectivo. Em cada um destes pequenos vestígios está a totalidade da sociedade e das suas dinâmicas, de modo que a tralha transporta muitos ensinamentos sobre as modulações da irreparabilidade, de forma crua e directa, e sobre as formas possíveis de a reparar.
Neste jogo não há regras preestabelecidas mas sim regras imanentes, que emergem do próprio jogar, ou seja, do co-posicionamento e da co-responsabilização de quem participa. É uma prática transversal e sem pré-requisitos, partilhada em oficinas, escolas e laboratórios abertos à participação de qualquer pessoa interessada em estudar, de modo vivencial, as (micro)políticas implicadas na operacionalidade e na sustentabilidade do viver-juntes, bem como a praticar a criatividade noutros termos: deslocada do registo autocentrado e expandida em inventividade divergente e eticamente comprometida com a justeza.
A lotação máxima é de 20 participantes e a inscrição aberta a todos os interessados.
Fernanda Eugenio é artista, antropóloga, investigadora e educadora. O seu trabalho envolve pesquisa de campo, escrita, criação conceitual, intervenção social, práticas somático-espirituais e performance expandida (corpo, instalação, vídeo, fotografia e proposições situadas). Actua na construção de modos de fazer transversais para a com-posição relacional, o cuidado-curadoria íntimo e colectivo e a criação por re-materialização - nomeadamente através do Modo Operativo AND (MO_AND), metodologia de cunho ético-estético e somático-político, que criou e vem desdobrando desde os anos 2000, dedicada à prática co(m)passionada da presença, à sintonização com a experiência sensível da inseparabilidade e à pesquisa dos processos de emergência, trans-forma-ação e tomada de des-cisão, no entrelaçamento entre fazeres artísticos, processos participativos, política e espiritualidade. Fundou e dirige, desde 2011, a plataforma AND_Lab | Arte-Pensamento e Políticas da Convivência (com sede em Lisboa e núcleos no Brasil e em Espanha), uma estrutura artesanal de investigação artística, que opera no cruzamento entre as artes, o pensamento crítico, as práticas político-afetivas encarnadas e as pedagogias radicais, reunindo criadores comprometides com o exercício da arte enquanto reciprocidade que sustenta a vida (em) comum. É pós-doutorada (2012) pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa; doutorada (2006) e mestre (2002) em Antropologia Social pelo Museu Nacional - UFRJ, formada em Dança pela Escola Angel Vianna. No Brasil, foi Pesquisadora Associada do CESAP/IUPERJ/UCAM (2003-17) e Professora Adjunta de Ciências Sociais na PUC-Rio (2005-12). Nos últimos vinte anos tem actuado como professora convidada em diversos programas de formação em ciências sociais e humanas, artes e performance na Europa, EUA e América do Sul, tendo passado por mais de uma centena de instituições e tido o seu trabalho com o MO_AND estudado em dissertações de mestrado e teses de doutoramento nas mais diversas áreas de actuação, especialmente artes, psicologia, pedagogia, arquitetura e estudos culturais. A suas publicações, criações artísticas e colaborações circula(ra)m por Brasil, Chile, Argentina, Peru, Portugal, Espanha, Bélgica, França, Itália, Grécia, Alemanha, Áustria, República Checa, Reino Unido, EUA, Canadá, Nova Zelândia, Vietname e Filipinas.