Newsletter Circular Festival
267 / 2025
© Catherine Boutaud
Dar à Língua de Eduardo Freitas
Performance/Fotografia/Texto

14 Junho 2025 (sáb) 17:00 | Casa Antero de Quental (Largo Antero de Quental 3, 4480-754 Vila do Conde) [google maps | Acesso livre

— Performance desenvolvida em residência artística em Vila do Conde a partir de encontros com a população local no espaço público.
Duração: aprox. 30 min


Dar à Língua
é um projecto artístico que investiga a língua como corpo, símbolo e território de resistência. A expressão, que em português europeu significa conversar, falar ou até mesmo murmurar algo entre dentes, serve de ponto de partida para uma proposta que problematiza o lugar da linguagem na construção de identidades. Parte-se da releitura do Manifesto Antropófago (1928), de Oswald de Andrade, para revisitar os debates modernistas sobre cultura e língua no Brasil, recusando visões hierárquicas que tratam o português falado no país como variação inferior do europeu.

A proposta baseia-se nos princípios da antropofagia cultural, entendida aqui como prática simbólica de absorção, transformação e reinvenção de referências. Por meio da escuta e do encontro, “Dar à Língua” activa dispositivos de criação colectiva em que se exploram os múltiplos sentidos da linguagem — verbais, sonoros, corporais. A pergunta “O que é a língua?” orienta cada aproximação ao público, em espaços do quotidiano, desafiando definições fixas e convocando percepções afectivas, políticas e sensoriais da língua.

Recusando a posição do artista como observador externo, assume-se um lugar de partilha e escuta mútua. As palavras recolhidas e os registos da língua — enquanto órgão físico e signo de comunicação — compõem uma instalação híbrida que incorpora performance, fotografia e texto. Cria-se, assim, um glossário visual que não pretende fixar significados, mas abrir espaço para o estranho, o não-dito, o intraduzível. Cada termo, cada imagem, cada gesto revela a língua como campo de disputa, invenção e pertença.

No centro do processo está a disponibilidade para o encontro — com os corpos, os sotaques, as histórias que habitam e atravessam a língua. Ao dar à língua, rompe-se com o silêncio e convida-se à construção de novas formas de dizer e de escutar.

Todo o processo se digere na construção de uma instalação performática, que se apresenta como síntese simbólica dos encontros. Nesse acto final, a antropofagia manifesta-se como gesto encarnado: consumir, digerir e recriar o outro. Corpo, língua, identidade e culturas fundem-se num jogo passado de boca a boca, devorado sem etiqueta nem qualquer tipo de reserva.

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Antiprincesas - Carolina Beatriz Ângelo de Cláudia Gaiolas
Espectáculo para infância

21 Junho 2025 (Sáb) 11:00 | Jardim do Centro de Memória de Vila do Conde
Acesso livre

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