Transnacionalidade e simultaneísmo: estratégias de mobilidade e criação numa Europa em conflito | Uma conversa com Cláudia Pereira, Joana da Cunha Leal e André Guedes | 7 Dez (Sáb) 15:30, Escola Bento Freitas
Transnacionalidade e simultaneísmo:
estratégias de mobilidade e criação numa Europa em conflito
Uma conversa com Cláudia Pereira, Joana da Cunha Leal e André Guedes
7 Dez (Sáb) 15:30
Escola Bento Freitas
R. Sónia e Roberto Delaunay 70, Vila do Conde
Entrada livre
estratégias de mobilidade e criação numa Europa em conflito
Uma conversa com Cláudia Pereira, Joana da Cunha Leal e André Guedes
7 Dez (Sáb) 15:30
Escola Bento Freitas
R. Sónia e Roberto Delaunay 70, Vila do Conde
Entrada livre
Partindo das circunstâncias geopolíticas que motivaram a estadia dos Delaunay no norte de Portugal entre 1915 e 1917, no decorrer da primeira guerra mundial, a conversa entre a antropóloga Cláudia Pereira (ISCTE), a historiadora de arte Joana da Cunha Leal (FCSH) e o artista André Guedes, propõe reflectir sobre as dinâmicas de mobilidade intra e supra europeias no quadro do crescente debate político e social sobre os fluxos migratórios em território nacional e, com ele, o ressurgimento de manifestações de racismo e xenofobia.
Joana Cunha Leal é professora do Departamento de História da Arte da NOVA FCSH, onde ensina história da arte dos séculos XIX e XX, teoria e metodologia, historiografia e estudos urbanos. Tem um doutoramento sobre arquitetura e políticas urbanas dos séculos XVIII e XIX (2006). O seu trabalho mais recente privilegia o estudo dos modernismos e as vanguardas históricas ibéricas, também do ponto de vista das circulações. Foi bolseira Fulbright em 2011 no SAIC (Chicago) e do Stone Summer Theory Institute (2010 e 2011). Foi IR de dois projetos financiados pela FCT: “Modernismos do Sul” (2014-2015) e “Modernismos Ibéricos e o imaginário primitivista” (2018-2022). Foi diretora do Instituto de História da Arte da NOVA FCSH entre 2016 e 2022 e integra agora como subdiretora a nova direção eleita para o triénio 2023-2025. É membro da direção da RIHA—The International Association of Research Institutes in the History of Art (desde 2021) e do Conselho Científico do INHA (desde 2023).
A transnacionalidade na partilha de ideias, obras e mobilidade além-fronteiras foi justamente um dos vectores da Internacional Simultaneísta promovida pelos Delaunay. Será em Vila do Conde, onde os artistas irão desenvolver com a cumplicidade de, entre outros, Eduardo Viana e Amadeo de Sousa Cardoso, um projecto (nunca realizado) de exposições itinerantes (mouvantes) que colocaria em relação aderentes do simultaneísmo de distintas geografias do nord-sud-est-ouest europeu.
O local simbolicamente escolhido para a conversa é a Escola Bento Freitas, na rua homónima, situada a poucos metros de La Simultanée, a casa onde os artistas residiram, por eles assim apelidada, na qual receberam a visita de Amadeo de Sousa Cardoso e do artista americano de origem ucraniana, Samuel Halpert.
Esta actividade, proposta por André Guedes, insere-se no projecto Microcidades da Circular e resulta de uma residência realizada pelo artista em Junho e Julho de 2024, que terá a sua conclusão em 2025 com a apresentação de uma intervenção no espaço público em Vila do Conde.
Agradecimentos: Eduardo Bompastor, Agrupamento de Escolas Frei João de Vila do Conde
Agradecimentos: Eduardo Bompastor, Agrupamento de Escolas Frei João de Vila do Conde
Cláudia Pereira é doutorada em Antropologia, com pós-doutoramento em Sociologia. É investigadora auxiliar e professora no ISCTE-IUL, integrando o CIES-IUL, onde articula investigação, ensino e políticas públicas. Realizou o programa Erasmus na Vrije Universiteit, na Holanda, e foi Visiting Scholar na Brown University, nos EUA. Foi co-coordenadora do Mestrado Internacional Erasmus Mundus em Serviço Social e professora convidada em universidades na Suécia, Uganda e Noruega.
É coordenadora executiva do Observatório da Emigração (OEm), responsável pelo Relatório Estatístico da Emigração Portuguesa para o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Desenvolveu investigação etnográfica na Índia e em Londres, publicando artigos e livros, como Religious dances and tourism e New and Old Routes of Portuguese Emigration. Colabora em projetos de capacitação de governos não europeus e avalia concursos europeus como o COST e Marie Curie.
Foi Secretária de Estado para a Integração e as Migrações no XXII Governo Constitucional, implementando medidas como a criação da Portaria de Português Língua de Acolhimento e a Rede Integrar Valoriza. Contribuiu para o acesso a direitos fundamentais de grupos vulneráveis e coordenou a resposta a emergências humanitárias, como as crises no Afeganistão e na Ucrânia.
Actualmente, co-coordena linhas temáticas no CIES e no Laboratório Associado SocioDigital Lab for Public Policy, continuando a ligar investigação, ensino e políticas públicas.
Joana Cunha Leal é professora do Departamento de História da Arte da NOVA FCSH, onde ensina história da arte dos séculos XIX e XX, teoria e metodologia, historiografia e estudos urbanos. Tem um doutoramento sobre arquitetura e políticas urbanas dos séculos XVIII e XIX (2006). O seu trabalho mais recente privilegia o estudo dos modernismos e as vanguardas históricas ibéricas, também do ponto de vista das circulações. Foi bolseira Fulbright em 2011 no SAIC (Chicago) e do Stone Summer Theory Institute (2010 e 2011). Foi IR de dois projetos financiados pela FCT: “Modernismos do Sul” (2014-2015) e “Modernismos Ibéricos e o imaginário primitivista” (2018-2022). Foi diretora do Instituto de História da Arte da NOVA FCSH entre 2016 e 2022 e integra agora como subdiretora a nova direção eleita para o triénio 2023-2025. É membro da direção da RIHA—The International Association of Research Institutes in the History of Art (desde 2021) e do Conselho Científico do INHA (desde 2023).
André Guedes (Lisboa, 1971) é licenciado em Arquitetura pela FA/Universidade Técnica de Lisboa. Frequentou a pós-graduação em Antropologia do Espaço na Universidade Nova de Lisboa. Participou em diversos programas de residência de criação, nomeadamente: Gasworks (Londres, 2011), Nosadella.due (Bologna, 2007), Le Pavillon / Palais de Tokyo (Paris, 2004/2005), Fondazione Pistoletto/Cittadellarte (Biella, 2003). Em 2007 recebeu o Prémio de Artes Plásticas União Latina.
Entre as exposições e performances individuais destacam-se: Formas Antigas, Novas Circunstâncias, Galeria Vera Cortês, Lisboa (2019); Pleasure Gardens, Kunsthalle Lissabon, Lisboa (2011/2012); Hoxe comezamos a falar, Colexio de Fonseca, Santiago de Compostela (2011); L’argent, Galerie Crèvecoeur, Paris (2010); The Losts, The Bluecoat, Liverpool (2009); AIROTIV, Vitoria, Centro Cultural Montehermoso, Vitoria-Gasteiz, Espanha (2009); Better Days, For These Days (2008), Galeria Lisboa 20; Informações/Information (2007), Chiado 8, Lisboa; Better Days (2007), Museo Internazionale della Musica, Bolonha; O jardim e o casino, a praia e a piscina (2005), Galeria Lisboa 20, Lisboa; Outras árvores, outro interruptor, outro fumador e uma peça preparada (2004/2005), Museu de Serralves, Porto; SlowMotion (2003), ESTGAD, Caldas da Rainha.
Nas exposições coletivas destacam-se: A Sexta Parte do Mundo, Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira (2017); Play, Galeria Quadrum, Lisboa (2011); I’m not here. An exhibition without Francis Alys, De Appel, Amsterdão (2010); Practising Memory, Fondazione Pistoletto, Biella, Itália (2010); World Question Centre, 2,ª Bienal de Atenas (2009); The Clearing, Prague Triennale, Praga (2008); El Medio Es El Museo (2008), Koldo Mitxelena, San Sebastián; Disarming Matter (2008), Dunkers Kulturhus, Helsingborg, Suécia; Prémio de Artes Plásticas União Latina, Culturgest, Lisboa (2007); Por Entre as Linhas, Museu das Comunicações, Lisboa (2007); La Ciudad Interpretada (2006), Santiago de Compostela; The Final Cut (2005), Palais de Tokyo, Paris; Otras Alternativas (2003), MARCO, Vigo; Partituras e Paisagens (2002), Festival Danças na Cidade / Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; “Festival Brrr Live Art” (2001), Porto.
Realizou a conceção espacial das seguintes obras coreográficas: Hors Sujet Ou Le Bel Ici (2007) de Martine Pisani; como rebolar alegremente sobre um vazio interior (2001) de Vera Mantero para o Ballet Gulbenkian; Notas para um espetáculo invisível (2000) de Miguel Pereira; Contract with the skin (2000) de Paulo Henrique. Concebeu diversos projetos cénicos a solo ou em colaboração com Miguel Loureiro e a companhia de teatro Cão Solteiro.
Foi o curador convidado da edição de 2020 do Festival Internacional de Dança Cumplicidades.
O artista vive e trabalha em Lisboa.
Microcidades constitui-se através de uma programação anual que interroga a relação do corpo com o espaço e da cidade com os seus habitantes, partindo do complexo tecido de realidades humanas e materiais que compõem o espaço urbano e das suas fricções, vulnerabilidades e especificidades. O projecto integra intervenções práticas de artistas, arquitectos, sociólogos, museólogos e outros profissionais cuja actividade de alguma forma intersecta o imaginário da cidade.
Quantas cidades existem dentro de uma cidade e de que forma estas cidades se comunicam ou convivem? Como podem ser descritas ou conhecidas? A ideia de “infraestrutura”, considerada a partir de uma abordagem mental, física e social, serve de ponto inicial para questionar a percepção do espaço e a forma como essa percepção se reflecte nas nossas identidades. Microcidades propõe uma viagem sem mapa, um exercício poético que toma como ponto de partida o concelho de Vila do Conde, percorrendo realidades visíveis e invisíveis, lugares que podem ser também repositórios de imagens das cidades e das suas formas de reconhecer o passado, na urgência de esboçar horizontes futuros.
Em 2023 os artistas convidados são Rita Castro Neves e Daniel Moreira. Com percursos artísticos independentes trabalham em colaboração desde 2015. Utilizam diferentes técnicas e materiais no seu trabalho, desenho, instalação, fotografia, vídeo e, mais recentemente, a performance. O interesse pela representação da paisagem tem sido o ponto em comum entre os dois criadores, estando na base de uma série de viagens e residências onde exploram diferentes territórios e práticas materiais na construção de objectos artísticos ou dispositivos de exposição para o seu próprio trabalho ou para trabalhos de artistas convidados nos seus projectos curatoriais.
Curadoria projecto Microcidades: Joclécio Azevedo.