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  • © Daniel Moreira e Rita Castro Neves

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Exposição "Holofáutico" de Daniel Moreira e Rita Castro Neves | 30 Nov 2024 - 23 Fev 2025, Centro de Memória de Vila do Conde

Inauguração:
30 Nov (Sáb) 15:30

Entrada livre

Exposição:
30 Nov 2024 - 23 Fev 2025
Centro de Memória
de Vila do Conde 
Holofáutico é a palavra construída pelos artistas Daniel Moreira e Rita Castro Neves para evocar a acção de apontar a luz sobre o mundo náutico - um foco sobre a realidade muito especial das técnicas de construção naval praticadas em Vila do Conde. A exposição de arte contemporânea que inaugura sábado a 30 de Novembro no Centro de Memória é o culminar de um processo de residência artística nos Estaleiros Navais de Vila do Conde, a convite da Circular, no contexto do projecto Microcidades, com curadoria de Joclécio Azevedo.
 
As visitas dos artistas aos Estaleiros iniciaram em Janeiro de 2023, tendo resultado numa performance a 22 de Julho de 2023 e depois, a 19 e 20 de Setembro de 2024, no Circular Festival de Artes Performativas. O percurso performativo pelos Estaleiros de Azurara, conduzia o público por este lugar fora de água, de barcos em terra, enquanto reflexo do que foi a experiência de aprendizagem sobre as histórias e as técnicas da construção naval nortenha, a partir do conhecimento local da realidade dos Estaleiros de Vila do Conde.
 
Impressionante espaço de confluência de imagens e pessoas, foi por entre embarcações novas e antigas, em processo de construção ou reparação, que se navegou por este importante centro aglutinador das actividades piscatórias e da memória colectiva - uma história social, económica e cultural fundamental na construção identitária de toda a região.
 
Lugar do trabalho árduo, quer faça chuva, quer faça sol, mais de dia, mas também de noite, é aqui que o trabalho artístico se desenvolve, em interação e em proximidade com construtores navais, trabalhadores, operadores, armadores e pescadores, e nas aprendizagens com o desenhador naval e professor António José Carmo, na Sala do Risco e no Centro de Artes Náuticas de Vila do Conde.
 
Pérola do Mar, Virgem Santíssima, Francisco Zé, Sorriso da Vida, Mestre Fernando Lé, Astro do Mar, Avó Cacheira, Melhorzinho do Mundo, Arca do Futuro, Eterno Beira Mar, Lua Brilhante, povoam os estaleiros em profusão de cores e signos. A sonoridade e a visualidade próprias do lugar industrial, os ciclos de acumulação e limpeza de materiais, as diferentes línguas dos diferentes trabalhadores, a mutação constante do cenário do lugar e do trabalho impelem a uma grande adaptabilidade. Micro-acções para uma micro-cidade, pontuaram momentos do percurso desenhado pelos artistas para o público, com surpreendentes intervenções de vários elementos da comunidade, num percurso especulativo e operático que se inicia ao anoitecer, para melhor incidir uma luz sobre o mundo náutico.
 
Agora, no Centro de Memória, a instalação materializa com simplicidade de meios e imersividade, a ideia de construção, reparação, acumulação e memória. Materiais colectados nos estaleiros acumulam-se em novas imagens, para a criação de um lugar que evoca vidas, saberes e a flutuação do meio.


A exposição é possível graças ao apoio do programa Norte Pontual da CCDR-Norte.

Agradecemos a todas e todos que tornaram o Holofáutico possível, e que no processo de pesquisa e construção deste projeto contribuíram com conhecimento, memórias, histórias, com acesso aos locais e aos materiais, e até com a sua generosa participação nas performances. Só com o vosso apoio conseguimos chegar aqui. Agradecemos à CCDR-Norte que tornou a exposição possível, à APDL, Docapesca, Barreto & Filhos Lda, Sicnave Lda, Samuel & Filhos Lda, União Construtora Naval, Albino Santos, Ana Carmo, aos estudantes do Curso de Carpintaria Naval CDAN, e em especial ao João Praça, ao Francisco Moreira, Gonçalo Barreto, José Cerqueira, Liliana Pereira, Mário Rodrigues (pai), Mário Rodrigues (filho), Susana Barreto e Víctor Martins. Por fim, um agradecimento muito especial ao Mário Fontes, aquele que foi o nosso “guia” pelos estaleiros, ao Paulo Rodrigues pela sua simpatia e ajuda imprescindível ao longo de todo o processo, à Bárbara Carmo pelo seu tempo e capacidade de construir pontes entre pessoas, ao António José Carmo por todo o seu conhecimento sobre construção naval e pesca, pelas longas conversas e todo o apoio na concretização do Holofáutico.




Daniel Moreira e Rita Castro
Neves vivem e trabalham entre o Porto e a Beira Alta. Daniel Moreira é licenciado em Arquitectura, iniciando em 2000 um percurso multidisciplinar entre a arquitectura e as artes plásticas. Rita Castro Neves, após terminar o Curso Avançado de Fotografia do Ar.Co em Lisboa e o Master in Fine Art da Slade School of Fine Art de Londres, inicia uma atividade artística regular, de docência e de curadoria.
Com percursos artísticos separados, começam a trabalhar em colaboração em 2015, iniciando um projecto longo a partir da natureza, em que reflectem com o desenho, a fotografia, o som, o vídeo e a performance, sobre colaboração artística, diferentes técnicas e culturas artísticas, território, ciência, escala e percurso. O seu trabalho, influenciado pelo pensamento animista, parte muitas vezes do lugar em que se encontram. Atentos às possibilidades das matérias, encontram soluções simples, mesmo para resultados complexos e de larga escala, que são frequentemente devedoras dos saberes tradicionais e populares.
Em 2020 terminam o projecto de recuperação da Escola de Macieira, uma antiga escola primária do Plano dos Centenários na Serra de São Macário, na Beira Alta, para aí iniciarem um projecto de reflexão sobre cultura serrana, a natureza e o rural, e logo pela ecologia, a biopolítica e a preservação ambiental.
No seu estúdio no Porto desenvolvem desde 2021 o projecto de arte postal Caixa de Correio.


Microcidades constitui-se através de uma programação anual que interroga a relação do corpo com o espaço e da cidade com os seus habitantes, partindo do complexo tecido de realidades humanas e materiais que compõem o espaço urbano e das suas fricções, vulnerabilidades e especificidades. O projecto integra intervenções práticas de artistas, arquitectos, sociólogos, museólogos e outros profissionais cuja actividade de alguma forma intersecta o imaginário da cidade.
Quantas cidades existem dentro de uma cidade e de que forma estas cidades se comunicam ou convivem? Como podem ser descritas ou conhecidas? A ideia de “infraestrutura”, considerada a partir de uma abordagem mental, física e social, serve de ponto inicial para questionar a percepção do espaço e a forma como essa percepção se reflecte nas nossas identidades. Microcidades propõe uma viagem sem mapa, um exercício poético que toma como ponto de partida o concelho de Vila do Conde, percorrendo realidades visíveis e invisíveis, lugares que podem ser também repositórios de imagens das cidades e das suas formas de reconhecer o passado, na urgência de esboçar horizontes futuros.
Em 2023 os artistas convidados são Rita Castro Neves e Daniel Moreira. Com percursos artísticos independentes trabalham em colaboração desde 2015. Utilizam diferentes técnicas e materiais no seu trabalho, desenho, instalação, fotografia, vídeo e, mais recentemente, a performance. O interesse pela representação da paisagem tem sido o ponto em comum entre os dois criadores, estando na base de uma série de viagens e residências onde exploram diferentes territórios e práticas materiais na construção de objectos artísticos ou dispositivos de exposição para o seu próprio trabalho ou para trabalhos de artistas convidados nos seus projectos curatoriais.

Curadoria projecto Microcidades: Joclécio Azevedo.