Ensaio da socióloga Luísa Veloso
A arte e a educação como lugares de vida. Os artistas e os professores como complicadores
[texto e vídeo integral da conversa]
Conversa
Ensaio da socióloga Luísa Veloso no âmbito da conversa "A arte e a educação como lugares de vida: Os artistas e os professores como complicadores", realizada a 29 de setembro de 2024, no 20.º Circular Festival de Artes Performativas.
Intenção
Este texto tem como ponto de partida uma conversa entre os/as convidados/as Cláudia Dias, Jorge Ramos do Ó e José Pedro Serra, programada por Magda Henriques (a quem agradeço o convite) e moderada por Maria Gil. Trata-se de um olhar assumidamente reflexivo e não isento, o qual é apresentado num conjunto de eixos que não são mutuamente exclusivos.
Educação, práticas pedagógicas e espaços de aprendizagem
Os processos de aprendizagem são relacionais. Constituem um processo em que vários atores sociais estão em interação e não cabe, nem a estudantes, nem a professores/as definir, em absoluto, os papéis que devem ter. Estes são permanentemente (re)definidos, negociados e transformam-se ao longo do tempo em função de um conjunto amplo de circunstâncias de ordem vária. Neste sentido, importa olhar criticamente, quer para os discursos de professores/as que atribuem aos/às estudantes todas as características consideradas menos positivas para que se desculpabilizem do seu desempenho e desresponsabilizem do seu papel (e trabalho, diga-se), quer para as manifestações dos/as estudantes sobre o facto de os/as professores/as serem entediantes, estarem ultrapassados/as e serem injustos/as quando são intransigentes na relação que estabelecem, pautada por um conjunto de princípios.
As práticas pedagógicas estão em transformação. Os/as professores/as que assumem a palavra como o elemento-chave da comunicação e apelam à descoberta, à possibilidade de cada estudante desenvolver o seu percurso de aprendizagem, deparam-se com uma oferta mercantilizada de práticas pedagógicas que secundarizam o desenvolvimento de práticas de leitura, raciocínio, interpretação, as quais apelam, em suma, ao desenvolvimento de pessoas enquanto ocupando um espaço próprio e legítimo nas sociedades. Descobrir implica procurar. Procurar implica saber onde. Saber onde implica arriscar.
A aprendizagem não tem lugar, de todo, apenas na escola, tal como a entendemos. Isto é, como uma instituição social que é, também ela, uma entidade formatada pelos objetivos políticos que se traduzem, não pouco frequentemente, numa formatação de cariz uniformizador dos/as estudantes em função das ofertas do mercado de trabalho. Aprender para ser bem-sucedido profissionalmente é um lema que prevalece desde há algumas décadas e que se alastra com as preocupações com o desenvolvimento das soft skills, da criatividade, do espírito empreendedor, do pensamento "fora da caixa", só para referir alguns dos termos que pululam nos discursos sobre educação.
Educação e arte
São já vários os debates acerca da relação entre arte e educação. Os/as artistas nem sempre são professores/as e têm um papel distinto a desempenhar.
As pontes, os diálogos, a disseminação da lógica de trabalho por projeto – e não de forma continuada e sistemática ao longo do tempo – configuram percursos sobre os quais importa refletir. A arte constitui um espaço político. E este espaço abre um conjunto de possibilidades na assunção dos/as estudantes como cidadãos/ãs, a quem cabe questionar, intervir, compreender, integrar coletivos, pensar criticamente, não temer confrontos e debate de ideias. As várias formas de expressão artística são espaços de diálogo com as aprendizagens. E são aprendizagens. E para o serem têm de ser praticadas, trabalhadas em conjunto e serem continuadas no tempo. Recusar uma aceção de desenvolvimento de projetos artísticos nas escolas vocacionados para a promoção da inclusão social e combater as desigualdades sociais é essencial para uma outra forma de pensar a relação entre educação e arte.
Educação e política educativa
A reflexão desenvolvida exige ser enquadrada na política educativa, também porque está em discussão em torno da escola pública. Qual é o papel e a responsabilidade do Estado? Em que se concretiza?
A política educativa tem um papel homogeneizador das práticas educativas, pedagógicas e de aprendizagem nas escolas. E este papel tem reflexos vários na avaliação, na definição de percursos educativos uniformizados e distintos para os que se encontram “no fim da linha”. A estes últimos providencia-se – com um registo discursivo ideologicamente comprometido com a reprodução das posições desiguais na estrutura das classes sociais – curricula alternativos e, nestes, a arte está presente, frequentemente numa lógica projetual e de entretenimento.
A política educativa direcionada para a promoção do sucesso escolar, prevalece num registo quantitativista de sucesso, negligenciando a complexidade que configura a escola e os processos de aprendizagem.
A escola, por seu turno, persiste como um espaço social de rigidificação e perpetuação de posições sociais assimétricas, tendo subjacente intenções claras de preparação de muitos/as em competências que permitem o acesso a um lugar no mercado de trabalho e de alguns/mas de conhecimentos potenciadores de um desenvolvimento pessoal e profissional de amplo espetro. Prevalece a existência de formação de elites por parte da escola pública.
Educação e atores sociais
A educação pressupõe atender à complexa matriz de atores sociais em presença: professores/as, estudantes, trabalhadores/as administrativos/as, famílias, artistas, etc. Têm papéis distintos na escola, e têm, também, responsabilidades, tarefas.
Retomando o que acima foi referido, os discursos frequentemente veiculados são de atribuição de culpas: o ministério da educação é criticado pelas suas medidas de política educativa e pelos modelos de avaliação dos/as professores/as; os/as professores/as são acusados de serem ignorantes e negligentes; os/as estudantes de estarem mal preparados/as, de serem desinteressados/as, de desrespeitarem os/as professores/as, etc.
É fundamental haver um trabalho de reflexão conjunto, em que a prática da escuta seja o primeiro passo para a assunção de papéis e de desempenhos que dificilmente são possíveis de concretizar de forma isolada. A culpa tem subjacente uma assunção individualista dos processos sociais. Todavia, a compreensão das práticas dos atores sociais exige considerar, nomeadamente, a posição que ocupam na estrutura social, o espaço que ocupam na escola, as suas vivências em contexto escolar, as suas perspetivas e motivações.
Terminando
Este é um exercício de reflexão em aberto. Efetuado com um esforço de síntese assinalável e consciente, esperando que as palavras assumam o seu pleno uso e significado.
Luísa Veloso | Grândola, 9 de janeiro de 2025
A arte e a educação como lugares de vida. Os artistas e os professores como complicadores
[Conversa] 29 de Setembro de 2024, 15h00 – 18h30 | Espaço Vila Jovem (Centro Municipal da Juventude)
Circular Festival de Artes Performativas
Programação e coordenação: Magda Henriques
Convidados: José Pedro Serra, Jorge Ramos do Ó, Cláudia Dias
Moderação: Maria Gil
Relatora: Luísa Veloso
Nesta conversa andaremos em torno do potencial da arte e da educação como lugares de construção colectiva de saber, de exercício da escuta e da expressão polifónicas, das perguntas, da paralaxe, da imaginação e da construção, agora, de futuros ancestrais.
Tomamos os artistas e os professores como complicadores e a arte e a educação como práticas de liberdade, de complexidade e de criação de comunidades de aprendizagem, lugares de vida, de alegria, de atenção amorosa e de recusa da burocratização mental.
— Magda Henriques
— Magda Henriques
Magda Henriques, licenciada em História, variante de Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, foi professora na Universidade do Autodidacta e da Terceira Idade do Porto e na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. É professora de História das Artes na Academia Contemporânea do Espetáculo. Tem desenvolvido programas, especialmente no âmbito da arte contemporânea, destinados a públicos adolescente e adulto, em colaboração com várias instituições e festivais, em diferentes zonas do país, entre outros: o Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves, a Fundação Calouste Gulbenkian, o Teatro Municipal do Porto, A Oficina (Centro Vila Flor e Centro Internacional das Artes José de Guimarães), a Culturgest, o Teatro Maria Matos, o Teatro Viriato, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, a Associação Quarta Parede, o CENTA, o Centro Cultural de Cascais, o Festival Escrita na Paisagem, a Associação Lavrar o Mar e escolas e câmaras municipais variadas. Criou, programou e coordenou o Serviço de Exposições e o Serviço Educativo de A Moagem, no Fundão. Foi responsável pelo Programa de Atividades Educativas, “Derivas Artísticas”, da Associação Circular, em Vila do Conde. Programou e coordenou o Projeto Educativo do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra e da Bienal Ano Zero. Foi responsável pela direção artística das Comédias do Minho, entre 2016 e 2023.
Cláudia Dias (Lisboa, 1972) Coreógrafa, performer e professora. Diretora artística do projeto Sete Anos Sete Peças. Fundadora e dirigente da Sete Anos Associação Cultural. Iniciou a sua formação em dança na Academia Almadense, foi bolseira na Companhia de Dança de Lisboa, concluiu o Curso de Formação de Intérpretes de Dança Contemporânea no Fórum Dança, e frequentou o Mestrado em Artes Cénicas na Universidade Nova de Lisboa. Iniciou o seu trabalho como intérprete no Grupo de Dança de Almada. Integrou o coletivo Ninho de Víboras. Colaborou com a Re.Al tendo sido uma intérprete central na estratégia de criação de João Fiadeiro e no desenvolvimento, sistematização e transmissão da Técnica de Composição em Tempo Real. Criou as peças Feedback, E.U. (entrevistem-me urgentemente), Juntem-se 2 a 2, As águias não geram pombas, Per Ti, Histo, One Woman Show, Visita Guiada, Das coisas nascem coisas, Vontade de ter Vontade, 23 + 1, Nem tudo o que dizemos tem de ser feito nem tudo o que fazemos tem de ser dito e as peças do ciclo Sete Anos Sete Peças. Foi artista associada da Re.Al e do Espaço do Tempo e artista residente no Alkantara. Publicou textos nas revistas Boa União e Woman On Scene e nos livros Correspondencias.Bad e Escenas do Cambio. Premiada pelo Clube Português de Artes e Ideias no concurso Jovens Criadores, 1998. Nomeada para o Prémio Melhor Coreografia de 2013 e 2017 pela Sociedade Portuguesa de Autores.
Luísa Veloso é Socióloga. Professora Associada no ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa e investigadora do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia da mesma instituição. Investigadora associada do Instituto de Sociologia da Universidade do Porto. Tem desenvolvido pesquisa nos domínios do trabalho, das profissões, da economia e da educação. Tem colaborado com instituições diversas da esfera artística, tais como a Cinemateca Portuguesa, a Fundação de Serralves ou a Associação Sete Anos. Tem várias publicações, de entre é co-editora dos livros, O trabalho no ecrã: memórias e identidades sociais através do cinema, publicado em 2016 pelas Edições 70 e Arts, Sustainability and Education. – ENO Yearbook 2, publicado em 2021 pela Springer.
Maria Gil (Lisboa, 1978) Licenciada em Formação de Atores/Encenadores pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa (2003) e mestre em Performances Autobiográficas e Intimidade (MPhil) pelo Departamento de Estudos de Teatro, Cinema e Televisão da Universidade de Glasgow (2009). Realizou uma pós-graduação em Gestão Cultural e Sustentabilidade, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (2024). Fundadora e diretora artística do Teatro do Silêncio onde cria, coordena e produz vários projetos artísticos, desde espetáculos, performances, caminhadas performativas, visitas guiadas e publicações (2005-). Foi professora de teatro no ensino básico e secundário (2002-2012) e desde 2012, trabalha com várias instituições públicas e privadas, concebendo, desenvolvendo, e realizando atividades e estratégias educativas que articulam a imaginação e o pensamento: integrou o projeto 10×10 (2012-2017) e o projeto Operação Stop (2012-2013), iniciativas do Programa Descobrir da Fundação Calouste Gulbenkian. Dirigiu oficinas de arte e filosofia, produzidas pelo Teatro do Silêncio e a Fábrica das Artes do CCB (2013), de onde resultou o livro, “Se não havia nada, como é que surgiu alguma coisa?”. Foi diretora artística do projeto Raízes da Curiosidade (2014), coproduzido pela Fábrica das Artes/CCB e a Fundação Champalimaud, de onde resultou o livro “Raízes da Curiosidade – Tempo de Ciência e Arte”. Co-autora, juntamente com os realizadores Filipa Reis e João Miller Guerra, da série de televisão, Outra Escola, produzida pela Vende-se Filmes para a RTP2 (2019). Integrou, como artista formadora, o projeto LADO P, uma parceria entre o Teatro do Silêncio e Vende-se Filmes, trabalhando com pessoas em privação de liberdade, cujo resultado foi a série documental, "Fechado" (2023). É professora no Curso de Teatro da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha. Vive em Sintra e pratica Chi Kung.
Jorge Ramos do Ó é professor catedrático do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. É professor convidado dos programas de pós-graduação em educação da Universidade de São Paulo, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, da Universidade Federal Fluminense e da Universidade do Estado da Bahia. Tem escrito sobre análise do discurso, história política, história cultural, especialmente durante o período do Estado Novo português, e também sobre história da educação e da pedagogia, num período mais longo e que se estende de meados do século XIX ao último quartel de Novecentos. Os seus atuais interesses de investigação dirigem-se para a pedagogia do ensino superior. Além de artigos em revistas especializadas e em monografias coletivas, publicou os seguintes livros: O lugar de Salazar: Estudo e Antologia, Alfa, 1990; A Escola na Literatura, Fundação Calouste Gulbenkian, 1998 (em co-autoria); Os anos de Ferro: O Dispositivo Cultural durante a Política do Espírito (1933-1949), Estampa, 1999; Educational Knowledge and its Circulation: Historical and Comparative Approaches of Portuguese-Speaking Countries, Educa, 2003 (em co-autoria); O Governo de si mesmo: Modernidade Pedagógica e Encenações Disciplinares do aluno Liceal (último quartel do século XIX – meados do século XX), Educa, 2003; A arte que explica o que tem que explicar: Pedro Portugal, Galeria Fernando Santos, 2007 (em co-autoria); Ensino liceal (1836-1975), Ministério da Educação, 2009; Emergência e Circulação do Conhecimento Psicopedagógico Moderno (1880-1960): Estudos Comparados Portugal-Brasil, Educa, 2009 (em co-autoria); A Universidade de Lisboa, da revolução liberal à atualidade (1834–2000), Tinta da China, 2013 (em co-autoria); Fazer a mão: Por uma escrita académica inventiva.Lisboa: Edições do Saguão, 2019. Orienta, desde 2002, um seminário de pós-graduação sobre as articulações entre escrita e leitura. Integra a Comissão Científica do Doutoramento em Artes (Artes Performativas e da Imagem em Movimento) da Universidade de Lisboa e do Instituto Politécnico de Lisboa. É co-director do Doutoramento em Educação Artística oferecido pelas Universidades do Porto e de Lisboa. Coordena a pós-graduação em Pedagogia do Ensino Superior oferecida pelo Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.
José Pedro Serra licenciou-se em Filosofia em 1980, na Faculdade de Letras de Lisboa. No mesmo ano terminou o 5º ano do Curso de Teologia na Universidade Católica Portuguesa. Em 1989, obteve o grau de Mestre em Literatura Grega na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, defendendo a tese Dioniso. Aspectos do dionisismo na literatura grega. Em 1999, tendo defendido a tese “Pensar o trágico – categorias da tragédia grega”, obteve o grau de Doutor em Cultura Clássica na mesma Universidade. É membro docente do Departamento de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras de Lisboa, onde tem leccionado disciplinas na área do Grego, da Literatura Grega, do Teatro Antigo e da Cultura Clássica. Integra o Centro de Estudos Clássicos, onde coordena a linha de investigação sobre literatura e cultura gregas. Autor de conferências e artigos no âmbito da Filosofia, da Literatura e da Cultura Clássica, publicou “Pensar o Trágico”, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2006 (Prémio PEN na modalidade de Ensaio).
José Pedro Serra licenciou-se em Filosofia em 1980, na Faculdade de Letras de Lisboa. No mesmo ano terminou o 5º ano do Curso de Teologia na Universidade Católica Portuguesa. Em 1989, obteve o grau de Mestre em Literatura Grega na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, defendendo a tese Dioniso. Aspectos do dionisismo na literatura grega. Em 1999, tendo defendido a tese “Pensar o trágico – categorias da tragédia grega”, obteve o grau de Doutor em Cultura Clássica na mesma Universidade. É membro docente do Departamento de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras de Lisboa, onde tem leccionado disciplinas na área do Grego, da Literatura Grega, do Teatro Antigo e da Cultura Clássica. Integra o Centro de Estudos Clássicos, onde coordena a linha de investigação sobre literatura e cultura gregas. Autor de conferências e artigos no âmbito da Filosofia, da Literatura e da Cultura Clássica, publicou “Pensar o Trágico”, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2006 (Prémio PEN na modalidade de Ensaio).
Luísa Veloso é Socióloga. Professora Associada no ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa e investigadora do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia da mesma instituição. Investigadora associada do Instituto de Sociologia da Universidade do Porto. Tem desenvolvido pesquisa nos domínios do trabalho, das profissões, da economia e da educação. Tem colaborado com instituições diversas da esfera artística, tais como a Cinemateca Portuguesa, a Fundação de Serralves ou a Associação Sete Anos. Tem várias publicações, de entre é co-editora dos livros, O trabalho no ecrã: memórias e identidades sociais através do cinema, publicado em 2016 pelas Edições 70 e Arts, Sustainability and Education. – ENO Yearbook 2, publicado em 2021 pela Springer.
Maria Gil (Lisboa, 1978) Licenciada em Formação de Atores/Encenadores pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa (2003) e mestre em Performances Autobiográficas e Intimidade (MPhil) pelo Departamento de Estudos de Teatro, Cinema e Televisão da Universidade de Glasgow (2009). Realizou uma pós-graduação em Gestão Cultural e Sustentabilidade, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (2024). Fundadora e diretora artística do Teatro do Silêncio onde cria, coordena e produz vários projetos artísticos, desde espetáculos, performances, caminhadas performativas, visitas guiadas e publicações (2005-). Foi professora de teatro no ensino básico e secundário (2002-2012) e desde 2012, trabalha com várias instituições públicas e privadas, concebendo, desenvolvendo, e realizando atividades e estratégias educativas que articulam a imaginação e o pensamento: integrou o projeto 10×10 (2012-2017) e o projeto Operação Stop (2012-2013), iniciativas do Programa Descobrir da Fundação Calouste Gulbenkian. Dirigiu oficinas de arte e filosofia, produzidas pelo Teatro do Silêncio e a Fábrica das Artes do CCB (2013), de onde resultou o livro, “Se não havia nada, como é que surgiu alguma coisa?”. Foi diretora artística do projeto Raízes da Curiosidade (2014), coproduzido pela Fábrica das Artes/CCB e a Fundação Champalimaud, de onde resultou o livro “Raízes da Curiosidade – Tempo de Ciência e Arte”. Co-autora, juntamente com os realizadores Filipa Reis e João Miller Guerra, da série de televisão, Outra Escola, produzida pela Vende-se Filmes para a RTP2 (2019). Integrou, como artista formadora, o projeto LADO P, uma parceria entre o Teatro do Silêncio e Vende-se Filmes, trabalhando com pessoas em privação de liberdade, cujo resultado foi a série documental, "Fechado" (2023). É professora no Curso de Teatro da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha. Vive em Sintra e pratica Chi Kung.