O arquivo como gesto #5 | que arquivos, como os imaginamos, porquê, para quem?
Ana Bigotte Vieira | Questões Práticas
Oficina
Centro de Documentação José Régio17 Set (Sáb) + 18 Set (Dom) | 14:30-17:30
Inscrições 10 € [formulário de inscrição]
Público-alvo: Estudantes do ensino superior ou profissional, nomeadamente de áreas ligadas às artes performativas, programadores e gestores culturais, professores, público geral.
Inscrições 10 € [formulário de inscrição]
Público-alvo: Estudantes do ensino superior ou profissional, nomeadamente de áreas ligadas às artes performativas, programadores e gestores culturais, professores, público geral.
Nesta oficina, a pretexto de alguns episódios concretos relativos a arquivos de (ou em) artes performativas interroga-se memória, passado e presente bem como os suportes materiais e imateriais que constituem as suas dobras.
Para que a oficina seja mais participada pede-se aos participantes que enviem um parágrafo a explicar o seu interesse neste assunto e a dar conta de um exemplo concreto de arquivo que os interpele em particular.
Muitas vezes considerados repositórios mais ou menos seguros da memória, os arquivos estão intimamente ligados às narrativas e às lógicas que suportam a sua existência – narrativas e lógicas essas que frequentemente ajudam a legitimar. Neste sentido, pode olhar-se para os arquivos tanto em sentido lato (vendo, por ex., o corpo como arquivo como o fazem algumas práticas artísticas performativas contemporâneas), como em sentido comum (pense-se nos arquivos gerais das instituições) ou no arquivo, em geral (pensando-o de acordo com uma tradição classificatória e epistemológica), como uma série de práticas ou de gestos. O que é ou deve ser arquivado? Porquê? Para quê? Por quem? Para quem? Quais são as implicações políticas de criar ou trabalhar com um arquivo? Com que questões e escolhas se confronta um artista ou um investigador ao trabalhar com um arquivo, ou ao construir um?
Tendo como ponto de partida a noção de arquivo como gesto, procura-se nesta oficina discutir alguns textos-chave nos debates recentes sobre as relações entre arquivo e memória, para com isso problematizar alguma produção artística que ao longo dos últimos anos se tem debruçado sobre estas questões – redefinindo com isso a própria forma de as colocar. Serão discutidos textos de Foucault, Derrida, Deleuze, Baudrillard and Hal Foster colocando-os em relação com estudos sobre a transmissão performativa da memória realizados por autores como Enzo Traverso, Diana Taylor, Paul Connerton and Joseph Roach.
Do Arquivo Como Gesto #5 faz parte de uma série de oficinas, frequentemente colaborativas, em torno da questão da memória e dos usos performativos do arquivo. As edições anteriores tiveram lugar na escola ZHdk, em Zurique, com Sandra Lang e Pedro Lagoa (2013), no âmbito do Curso Experimental em Estudos de Performance do baldio, em Lisboa, com Paula Caspão e Ana Riscado (2016), no FITEI no âmbito do ciclo Isto Não é Uma Escola, e na Escola de Verão Unfinished, a convite do artista Rogério Nuno Costa.
Parceria: ESMAE
Questões práticas
O ciclo “Questões práticas” configura-se em torno de encontros, conversas e performances que pretendem dar a conhecer práticas de investigação, escrita, performance, pensamento e transmissão de conhecimento. Cada encontro funciona como um exercício de activação do imaginário social, poético e político dos participantes e dos convidados, procurando intersecções entre práticas artísticas e não artísticas. Organizado em torno de momentos separados no tempo, mas articulados entre si, este ciclo utiliza diferentes formatos de apresentação e protocolos de participação, promovendo o envolvimento e o cruzamento de públicos com interesses diversificados.
Coordenação Questões Práticas: Joclécio Azevedo | Iniciativa no âmbito do Programa Educativo da Circular Associação Cultural
* Joclécio Azevedo é Artista Residente da Circular Associação Cultural
Ana Bigotte Vieira faz parte da equipa do Teatro do Bairro Alto como programadora de discurso. Licenciou-se em História Moderna e Contemporânea (ISCTE), especializando-se em Cultura Contemporânea (FCSH-UNL), e em Estudos de Teatro (UL). Foi Visiting Scholar na NYU de 2009 a 2012. É co-fundadora de baldio | Estudos de Performance e dramaturgista. A sua investigação tem incidido sobre a relação entre experimentalismo nas artes e as transformações culturais e urbanas na segunda metade do século XX. A sua tese de doutoramento sobre o Serviço ACARTE da Fundação Calouste Gulbenkian recebeu uma Menção Honrosa Prémio Mário Soares 2016. Foi bolseira no projecto ERC TKB / Transmedia Knowledge Base for the Performing Arts, e presentemente desenvolve com o coreógrafo João dos Santos Martins um projecto de historicização colectiva da dança em Portugal intitulado Para uma timeline a haver: genealogias da dança como prática artística em Portugal, sendo co-IR do projecto FCT coordenado pela professora Maria João Brilhante Archiving Theatre que, entre outros, levará a cabo uma primeira indexação do espólio do Teatro da Cornucópia. Traduziu vários autores, sobretudo de teatro e filosofia, como Luigi Pirandello, Spiro Scimone, Annibale Ruccello, Giorgio Agamben e Maurizio Lazzarato. É Co-IR do projecto do centro de Estudos de Teatro Archiving Theatre, financiado pela FCT.
Joclécio Azevedo (Brasil, 1969). Vive no Porto desde 1990. Os seus trabalhos atravessam diferentes disciplinas artísticas, tendo-se dedicado mais intensamente à criação coreográfica a partir de 1999. Participa regularmente em projectos de criação e investigação, desenvolvendo colaborações e integrando residências artísticas em diversos contextos, dentro e fora do país. Foi director artístico do Núcleo de Experimentação Coreográfica entre 2006 e 2011. É membro da direcção plenária da GDA desde 2008 e foi membro do Conselho de Curadores da Fundação GDA de 2010 a 2017. Artista residente da Circular Associação Cultural, a partir de 2012, tendo produzido neste contexto uma série de projectos individuais ou em colaboração com outros artistas – Cuidados Intensivos (2013), Inacabado (2013), Relações públicas (2017) ou Modos de Usar (2018), entre outros. Desde 2013, participa regularmente como formador no FAICC – Formação avançada em interpretação e criação coreográfica da Companhia Instável. Em 2016 trabalhou como assistente convidado no Curso de Especialização em Performance na FBAUP. Colabora, desde 2016, com o grupo Sintoma – Performance, Investigação e Experimentação, orientado por Rita Castro Neves e desenvolvido pelo i2ADS Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
Para que a oficina seja mais participada pede-se aos participantes que enviem um parágrafo a explicar o seu interesse neste assunto e a dar conta de um exemplo concreto de arquivo que os interpele em particular.
Muitas vezes considerados repositórios mais ou menos seguros da memória, os arquivos estão intimamente ligados às narrativas e às lógicas que suportam a sua existência – narrativas e lógicas essas que frequentemente ajudam a legitimar. Neste sentido, pode olhar-se para os arquivos tanto em sentido lato (vendo, por ex., o corpo como arquivo como o fazem algumas práticas artísticas performativas contemporâneas), como em sentido comum (pense-se nos arquivos gerais das instituições) ou no arquivo, em geral (pensando-o de acordo com uma tradição classificatória e epistemológica), como uma série de práticas ou de gestos. O que é ou deve ser arquivado? Porquê? Para quê? Por quem? Para quem? Quais são as implicações políticas de criar ou trabalhar com um arquivo? Com que questões e escolhas se confronta um artista ou um investigador ao trabalhar com um arquivo, ou ao construir um?
Tendo como ponto de partida a noção de arquivo como gesto, procura-se nesta oficina discutir alguns textos-chave nos debates recentes sobre as relações entre arquivo e memória, para com isso problematizar alguma produção artística que ao longo dos últimos anos se tem debruçado sobre estas questões – redefinindo com isso a própria forma de as colocar. Serão discutidos textos de Foucault, Derrida, Deleuze, Baudrillard and Hal Foster colocando-os em relação com estudos sobre a transmissão performativa da memória realizados por autores como Enzo Traverso, Diana Taylor, Paul Connerton and Joseph Roach.
Do Arquivo Como Gesto #5 faz parte de uma série de oficinas, frequentemente colaborativas, em torno da questão da memória e dos usos performativos do arquivo. As edições anteriores tiveram lugar na escola ZHdk, em Zurique, com Sandra Lang e Pedro Lagoa (2013), no âmbito do Curso Experimental em Estudos de Performance do baldio, em Lisboa, com Paula Caspão e Ana Riscado (2016), no FITEI no âmbito do ciclo Isto Não é Uma Escola, e na Escola de Verão Unfinished, a convite do artista Rogério Nuno Costa.
Parceria: ESMAE
Questões práticas
O ciclo “Questões práticas” configura-se em torno de encontros, conversas e performances que pretendem dar a conhecer práticas de investigação, escrita, performance, pensamento e transmissão de conhecimento. Cada encontro funciona como um exercício de activação do imaginário social, poético e político dos participantes e dos convidados, procurando intersecções entre práticas artísticas e não artísticas. Organizado em torno de momentos separados no tempo, mas articulados entre si, este ciclo utiliza diferentes formatos de apresentação e protocolos de participação, promovendo o envolvimento e o cruzamento de públicos com interesses diversificados.
Coordenação Questões Práticas: Joclécio Azevedo | Iniciativa no âmbito do Programa Educativo da Circular Associação Cultural
* Joclécio Azevedo é Artista Residente da Circular Associação Cultural
Ana Bigotte Vieira faz parte da equipa do Teatro do Bairro Alto como programadora de discurso. Licenciou-se em História Moderna e Contemporânea (ISCTE), especializando-se em Cultura Contemporânea (FCSH-UNL), e em Estudos de Teatro (UL). Foi Visiting Scholar na NYU de 2009 a 2012. É co-fundadora de baldio | Estudos de Performance e dramaturgista. A sua investigação tem incidido sobre a relação entre experimentalismo nas artes e as transformações culturais e urbanas na segunda metade do século XX. A sua tese de doutoramento sobre o Serviço ACARTE da Fundação Calouste Gulbenkian recebeu uma Menção Honrosa Prémio Mário Soares 2016. Foi bolseira no projecto ERC TKB / Transmedia Knowledge Base for the Performing Arts, e presentemente desenvolve com o coreógrafo João dos Santos Martins um projecto de historicização colectiva da dança em Portugal intitulado Para uma timeline a haver: genealogias da dança como prática artística em Portugal, sendo co-IR do projecto FCT coordenado pela professora Maria João Brilhante Archiving Theatre que, entre outros, levará a cabo uma primeira indexação do espólio do Teatro da Cornucópia. Traduziu vários autores, sobretudo de teatro e filosofia, como Luigi Pirandello, Spiro Scimone, Annibale Ruccello, Giorgio Agamben e Maurizio Lazzarato. É Co-IR do projecto do centro de Estudos de Teatro Archiving Theatre, financiado pela FCT.
Joclécio Azevedo (Brasil, 1969). Vive no Porto desde 1990. Os seus trabalhos atravessam diferentes disciplinas artísticas, tendo-se dedicado mais intensamente à criação coreográfica a partir de 1999. Participa regularmente em projectos de criação e investigação, desenvolvendo colaborações e integrando residências artísticas em diversos contextos, dentro e fora do país. Foi director artístico do Núcleo de Experimentação Coreográfica entre 2006 e 2011. É membro da direcção plenária da GDA desde 2008 e foi membro do Conselho de Curadores da Fundação GDA de 2010 a 2017. Artista residente da Circular Associação Cultural, a partir de 2012, tendo produzido neste contexto uma série de projectos individuais ou em colaboração com outros artistas – Cuidados Intensivos (2013), Inacabado (2013), Relações públicas (2017) ou Modos de Usar (2018), entre outros. Desde 2013, participa regularmente como formador no FAICC – Formação avançada em interpretação e criação coreográfica da Companhia Instável. Em 2016 trabalhou como assistente convidado no Curso de Especialização em Performance na FBAUP. Colabora, desde 2016, com o grupo Sintoma – Performance, Investigação e Experimentação, orientado por Rita Castro Neves e desenvolvido pelo i2ADS Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.