Newsletter Circular Festival
258 / 2024


Multiversity, Rua das Gaivotas 6 © Alípio Padilha

MULTIVERSIDADE: Para a escrita de uma academia enquanto performance
Laboratório com Rogério Nuno Costa
25, 26 e 27 Set. 14:00-19:00 | Escola Superior de Media Artes e Design, Sala B105
 
Gratuito, mediante inscrição prévia [formulário em www.circularfestival.com]
 
Público-alvo: Todas as pessoas, maiores de 18 anos, com ou sem experiência no ramo das artes performativas e/ou escrita.
Acessibilidade: Língua de trabalho principal: Português; algumas leituras e conversas serão conduzidas em Inglês. Prevê-se a realização de caminhadas, mas será possível adaptá-las a pessoas com mobilidade reduzida.

MULTIVERSIDADE – A defesa de uma tese para a especulação (futura) de uma universidade queer
Palestra-performance de Rogério Nuno Costa
28 Set. (Sáb.), 16:00 | Escola Superior de Media Artes e Design, Black Box


Retrospectivando e concluindo a prática investigativa que tem ocupado Rogério Nuno Costa desde 2015, em projetos para-académicos que coexistem nas interseções entre Arte, Ciência, Filosofia e Cultura Pop, MULTIVERSIDADE propõe a produção, apresentação e problematização de um discurso especulativo e pós-ficcional que ambiciona a reconfiguração da Universidade moderna, quiçá também a previsão do seu futuro, através do exercício (queer) da falha/falta, executado enquanto dispositivo de resistência a modelos hegemónicos de produção e transmissão de conhecimento.
A intervenção antológica preparada para a 20.ª edição do Circular Festival inclui a apresentação da palestra-performance com o mesmo título, antecedida por um laboratório aberto sob o mote “Para a escrita de uma academia enquanto performance”, ambos nas instalações da Escola Superior de Media Artes e Design (Instituto Politécnico do Porto), em Vila do Conde.

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Occidente, Still © Ana Vaz

Occidente + Há Terra! + Apiyemiyeki? + A Idade da Pedra
Ana Vaz

25 Set. (Qua.) | 21:30
Teatro Municipal de Vila do Conde — Sala 2
Cinema

Occidente
2014 (França, Portugal) 16mm transferido para vídeo HD; vídeo HD e SD, cor, som 5.1, 15’

Antiguidades tornam-se conjuntos de jantar reproduzíveis, aves exóticas tornam-se uma moeda de luxo, exploração torna-se turismo de esportes extremos, monumentos tornam-se dados terrestres. Um filme-poema de uma ecologia de signos traça uma história colonial que se repete: celebrações e relações de poder, objetos e fetiches, raízes e troncos, poder e classe numa busca para encontrar o seu lugar, o seu lugar ao redor da mesa.
 
Há Terra!
2016 (Brasil / França) 16mm transferido para vídeo HD, cor, som 5.1, 13’
 
Há terra! é um encontro, uma caçada, uma história diacrônica de olhar e tornar-se. Como em um jogo, como em uma perseguição, o filme erra entre o personagem e a terra, a terra e o personagem, o predador e a presa. Movimentos rápidos de câmera parecem perseguir uma jovem que habita as terras de origem kalunga no Brasil central. A voz em off no tempo presente parece se fundir com o passado na miopia da lente teleobjetiva. O loop de som recorrente de um homem gritando "Terra! Terra!" evoca a memória distante do colonialismo. Mas a beleza dessa colagem se baseia na impossibilidade de o espectador deixar esse passado "passar". » (trecho do texto de Charlotte Garson para o festival Cinema du Réel 2016).
 
Apiyemiyekî?
2019 (Brasil, França, Holanda, Portugal) 16mm transferido para 2K, som, cor e preto-branco, 29’
 
Apiyemiyekî? é um retrato cinematográfico que parte do arquivo de Egydio Schwade, educador brasileiro e militante pelos direitos dos povos indígenas – Casa da Cultura de Urubuí, localizado na sua casa em Presidente Figueiredo (AM), onde atualmente são conservados mais de três mil desenhos feitos pelos Waimiri-Atroari, um povo nativo da Amazônia brasileira, durante a sua primeira experiência de alfabetização. Os desenhos compõem uma memória visual coletiva a partir da sua experiência de aprendizagem, perspectiva e território, ao passo que testemunham uma série de ataques violentos sofridos pelo povo Waimiri-Atroari durante a ditadura militar.

Obra comissionada para a exposição Meta-Arquivo: 1964-1985 – Espaço de escuta e leitura de histórias da ditadura, no Sesc Belenzinho, em São Paulo.
 

A Idade da Pedra
2013 (Brasil, França) 16mm transferido para vídeo HD, CGI, cor, som 5.1, 29’
 
"Era tão artificial como deveria ter sido o mundo quando criado” - Clarice Lispector.
Uma viagem ao Centro-Oeste brasileiro nos conduz a uma estrutura monumental, petrificada no centro do cerrado. Inspirado pela epopeia da construção de Brasília, o filme parte desse momento histórico para recriá-lo em um tempo futuro ou passado. Seguindo os traços que nos conduzem a esse monumento, o filme descobre uma história de exploração, profecia e mito.

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© Alípio Padilha

Ana Rocha & Gio Lourenço
Toda a Gente Vai
26 Set (Qui) | 18:00
Praça José Régio, entrada da Solar Galeria de Arte Cinemática
Performance

Gratuito 

“O quanto é preciso deslocar-se de si para experimentar outra experiência de ser – e de ser juntes”, escreve a jornalista, investigadora e escritora brasileira Eliane Brum em “Banzeiro Òkòtó – uma viagem à Amazônia centro do mundo” (2021). Esta é uma reflexão que deriva das dialécticas do Mesmo e do Outro, da desidentificação e desidentidade, e sobre o Comum, partindo do filósofo Peter Pál Pelbart.  O que têm estas citações a ver com Toda a Gente Vai?
Nesta performance site-specific Ana & Gio convidam-nos num tempo de mergulho sobre as (in)certezas na (des)humanidade no humano. O que a todo indivíduo é comum é “toda a gente vai morrer.” Mas, “toda a gente vai nascer”?, e que gente é esta que um todo indivíduo representa, que condicionamentos e códigos lhe são atribuídos? Da voz, ao texto, ao gesto e ao corpo que ainda é um mistério, Ana & Gio partem de um puzzle de conversas em busca de um outro mesmo e o seu amadurecimento no futuro.
Toda a Gente Vai, é uma nova criação dos coreógrafos e artistas multidisciplinares, Ana Rocha & Gio Lourenço, como resposta a um convite do Festival Circular’24.

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g r oo v e © Lara Gasparotto

Workshop de Dança com Soa Ratsifandrihana

27 Set (Sex) | 18:30-20:30
Conservatório de Música, Teatro e Dança

Público-alvo: não profissionais, todas as idades

Gratuito | Inscrição: www.circularfestival.com

Durante esta oficina, estaremos interessados na sensação e nas muitas variedades e sabores que o movimento comum pode assumir. Juntos, vamos focar-nos no que me parece fundamental na dança: a diversão e o prazer. Com base numa sequência de movimentos simples, aprenderemos e executaremos colectivamente um excerto de g r oo v e ao som da música animada de Alban Murenzi, também conhecido como Halibab Matador.

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© Susana Neves

Joclécio Azevedo
Apesar das Evidências
27 Set. (Sex.) | 21:30
Auditório Municipal de Vila do Conde
Dança/Performance

Neste trabalho observamos um corpo que se reconfigura através de um processo de alucinação de técnicas corporais, enquanto executa rotinas repetitivas, operações minuciosas e traduções imperfeitas. O corpo do performer transforma-se em prótese técnica, obsessivamente acumulando extensões, dando origem a uma espécie de anatomia imaginária. Numa mesa de conferências, que é também uma mesa de operações, convivem imagens apropriadas da história da arte e da cultura popular articuladas através de autoficções e procedimentos de remendo. Reunidos os objetos de estudo numa paisagem low-fi, são então conduzidas experiências em torno da materialidade do corpo, imagem e linguagem. O espaço torna-se laboratório, museu, espaço de vigilância, asilo e sala de ensaios. Esta é uma nova versão da peça homónima criada em 2003. Vinte anos depois esta releitura de um processo de trabalho permite reativar uma prática performativa, interrogando a sua temporalidade e as relações que estabelece com uma arquitetura de vestígios. Parte da estrutura original da peça é preservada, os materiais visuais, sonoros e textuais são retrabalhados em diálogo com outro corpo e outro tempo.
— Joclécio Azevedo

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© DR

Gil Mac e Henrik Ferrara
The Journey to Pleasure Drone
27 Set (Sex) | 23:30
Auditório Municipal de Vila do Conde (palco)
Música/Performance

Primeira apresentação de um projecto multidisciplinar, que através de uma investigação sobre a história da música electrónica e a intersecção com as artes performativas e o cinema, invoca a dança como ritual, de cura e transcendência. PLEASURE DRONE procura uma ancestralidade, um portal de ligação com o mundo espiritual e, através dele, exercer uma catarse colectiva. Um Club. Um dispositivo cénico que faz imergir o público num lugar onde se pode movimentar e criar a sua própria experiência sensorial.

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g r oo v  e © Lara Gasparotto

Soa Ratsifandrihana
g r oo v e

28 Set. (Sáb.) | 18:00
Teatro Municipal de Vila do Conde — Sala 1 (palco)
Dança — Estreia nacional

g r oo v e é uma performance a solo de Soa Ratsifandrihana que reúne imagens e danças íntimas. Entre elas, o Afindrafindrao, uma dança do século XIX, tipicamente gasy*, vinda da ilha vermelha de onde Soa é natural: Madagáscar. Também esboça alguns passos de Madison, a primeira coreografia que aprendeu, popularizada nos anos 60 por Al Brown, um cantor afro-americano. Também faz uma referência a Pepito, um dançarino de popping cujos quartos de volta estilizados admira... Em suma, g r oo v e assume a forma de uma colagem de referências citadas e depois transformadas. O desafio coreográfico aqui consiste em montá-las e articulá-las com habilidade, em benefício de uma energia que progride ao longo da peça.

*Hiragasy ou hira gasy é uma tradição musical em Madagáscar

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MO_AND still webserie © Patrícia Araújo

Oficina Modo Operativo AND: performar o comum de/com Fernanda Eugenio
28 Set (Sáb) | 14:00-18:00
29 Set (Dom) | 14:30-17:30
Centro de Documentação José Régio

Público-alvo: Estudantes do ensino superior ou profissional, nomeadamente de áreas ligadas às artes performativas. Outros estudantes ou profissionais que tenham interesse em desenvolver os seus processos criativos. Artistas ligados a diferentes áreas mas com interesse em performance e colaboração. Público em geral, sem experiência performativa, mas com interesse em adquirir ferramentas práticas de pensamento e de colaboração a partir do Modo Operativo And.

Inscrição: www.circularfestival.com


Através de exercícios práticos que colocam num mesmo plano o pensar e o fazer, o Modo Operativo AND permite a investigação directa e experiencial dos mecanismos singulares e colectivos da convivência, propondo ferramentas concretas para potenciar processos de colaboração, co-aprendizagem e negociação da convivência. Permite perceber padrões comportamentais e tendências relacionais, contribuindo para o desenvolvimento de capacidades de auto-regulação emocional, de auto-gestão da atenção (selecção, focalização e coordenação dos estímulos), e de consequentes tomadas de decisão e respectiva performação.

Workshop no âmbito do projecto Protótipos de Encontro com curadoria de Joclécio Azevedo

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© João Duarte

Clara Saleiro & Mariana Dionísio
28 Set (Sáb) | 21:30
Teatro Municipal de Vila do Conde — Salão Nobre
Música

A partir de uma peça de Kate Soper – “Only the Words Themselves Mean What They Say” – Mariana Dionísio e Clara Saleiro partem à descoberta de novas formas de tocar em conjunto. Ideias, jogos e pequenos temas servem de base a uma exploração da fusão sonora entre a voz e a flauta, através da improvisação.

Clara Saleiro, flauta |  Mariana Dionísio, voz

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© Supernova Ensemble e Silvestre Pestana

Supernova Ensemble e Silvestre Pestana
Stage Vitrine
28 Set (Sáb) |  22:30
Teatro Municipal de Vila do Conde — Sala 1 (palco)
Música

Lançamento do vinil ON/OFF de Supernova Ensemble após o concerto

Supernova Ensemble apresenta Stage Vitrine, trabalho que se desenvolve a partir das obras do artista Silvestre Pestana com Leds display, enquanto forma Poética de Escrita Luminosa. Neste trabalho de visita e confronto às obras do artista, Supernova coloca em palco cenografia de Silvestre Pestana e cria ligações envolventes com as influências urbanas dos anos 80 e 90 que nos transportam para ambientes noturnos díspares em que a imagem luminosa de baixa resolução nos informa ou conduz em várias direções. Enquanto Poética de Escrita Luminosa de baixa resolução, que é inerente e intensamente urbana, associam-se padrões musicais hipnóticos, intensos, entre jogos do contemporâneo e do datado, pretende-se aglomerar mais sedimento à dimensão experimental da escrita luminosa.

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Performance Divisor, Lygia Pape © DR

A arte e a educação como lugares de vida. Os artistas e os professores como complicadores

29 Set. (Dom.) | 15:00-18:30
Espaço Vila Jovem (Centro Municipal da Juventude)
Conversa

Gratuito | Programação e coordenação: Magda Henriques | Convidados: José Pedro Serra, Jorge Ramos do Ó, Cláudia Dias | Moderação: Maria Gil | Relatora: Luísa Veloso

Nesta conversa andaremos em torno do potencial da arte e da educação como lugares de construção colectiva de saber, de exercício da escuta e da expressão polifónicas, das perguntas, da paralaxe, da imaginação e da construção, agora, de futuros ancestrais.
Tomamos os artistas e os professores como complicadores e a arte e a educação como práticas de liberdade, de complexidade e de criação de comunidades de aprendizagem, lugares de vida, de alegria, de atenção amorosa e de recusa da burocratização mental.
— Magda Henriques

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© DR

Drumming GP/ Time Poetries de Carlos Guedes

29 Set (Dom) | 19:00
Largo de Dr. Cunha Reis (Convento do Carmo)
Música

Gratuito

Time poetries (Poéticas do tempo) é um ciclo de peças para lâminas e pequenos instrumentos de percussão e electrónica sobre suporte fixo que exploram a música como uma suprema arte do tempo, tornando-o audível de várias formas. Isso é feito explorando e aplicando técnicas de ilusão temporal como os “ritmos de Risset” que criam ilusões de acelerando ou retardando contínuas e infinitas, ritmos Euclidianos, ou técnicas de modulação métrica usadas comumente na música carnática do sul da índia. O ciclo, totalizando cerca de 56 minutos, leva os ouvintes numa viagem hipnótica, induzindo estados de transe e explorando sonoridades que evocam a música psicadélica. Pretende-se que o ouvinte entre numa viagem musical libertadora experienciando vários estados emocionais que advêm de diferentes formas de estar no tempo. Como afirmou Susanne Langer, “a música torna o tempo audível” (1953, p. 110). Esta obra pretende tornar essa relação visível.

Percussão: Miquel Bernat, Pedro Góis, João Miguel Braga Simões, Vítor Castro

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© Ana Vaz, 'Meteoro', 2024. Fotograma 16mm transferido para 2K

Ana Vaz ft. Isabel Carvalho Maïa, Tellit Hawad, Olivier Marboeuf
O que aconteceu ainda está porvir
até 9 Nov | Seg - Sáb | 14:00 - 18:00
Solar Galeria de Arte Cinemática
Exposição

Uma série de poemas cinematográficos que tecem uma etnografia sci-fi de várias capitais europeias enquanto eixos do pensamento colonial. As cidades são vistas como alucinações. Reveladas dentro da sua dimensão espectral, vemos o que parece ausente mas que tudo contamina tudo: o passado colonial e os futuros desastres. Passado e futuro, histórias e presságios entrelaçam-se sob o olhar prismático de autores como Isabel Carvalho, Maïa Tellit Hawad e Olivier Marboeuf.
Este novo capítulo, fragmentado em instalações audiovisuais, é dedicado à cidade do Porto.

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Projecto CAVE
Isadora Soares Belletti
Espaço para dia sem sol

Para a sua primeira exposição individual, a convite da artista Ana Vaz, Isadora Soares Belletti apresenta o filme-instalação « Espaço para dia sem sol » que se desdobra no espaço da CAVE. Guiado pela temporalidade de um dia, o filme constrói-se a partir do encontro com Talula Rodriguez e sua filha Tarick, navegando por noções de maternidade, cumplicidade, deslocamento e imigração.

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Fotomontagem © Paulo Couto

Exposição 20 edições Circular Festival
até 29 Set
Teatro Municipal de Vila do Conde

Nesta exposição, assinalamos as 20 edições do Circular Festival de Artes Performativas, recuperando algumas imagens das edições passadas do festival, de 2005 a 2023. Momentos icónicos de espectáculos, performances e concertos que preencheram as salas e a cidade de Vila do Conde, ocuparão o foyer do Teatro Municipal.
Fotografias de Margarida Ribeiro e Susana Neves.

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