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  • © Joana Linda

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Lamento do Ciborgue com Miguel Bonneville e Isadora Alves

Conferência performativa

Pousada de Juventude de Vila do Conde - Palacete Melo

24 Set (Sáb) | 17:00
M/16 | duração aprox. 45 min | Acesso gratuito

Com A Importância de Ser Alan Turing, Miguel Bonneville deu seguimento ao seu projecto em série, composto por espectáculos sobre as vidas e obras de artistas e pensadores cuja importância tem sido vital no seu percurso artístico. Esta criação, tomou como ponto de partida Alan Turing (1912-1954) – matemático, criptoanalista e cientista da computação de primeira geração.
Mais conhecido por ter ajudado a decifrar os códigos da máquina alemã Enigma durante a IIª Guerra Mundial, evitando que a guerra se prolongasse por mais tempo, Turing foi também pioneiro na proposta da inteligência artificial. Em 1952, enfrentou um processo criminal por actos homossexuais, considerados então de “indecência grave”. Foi condenado e castrado quimicamente. Morreu dois anos depois por envenenamento com cianeto – não se sabe se de forma acidental ou deliberada. Depois de uma campanha na internet, em 2009 recebeu desculpas públicas do governo britânico e, em 2013, da rainha Isabel II.

Bonneville tem criado uma relação íntima com personagens reais da História e uma forma particular de as chamar aos seus imaginários cénicos. Em A Importância de Ser Alan Turing – “projecto de tecnologia emocional” – desenvolveu um olhar sobre o corpo e sobre o seu encontro com a música electrónica; experiência corporal + disciplina matemática = potência erótica.
Nesta criação, Bonneville foi acompanhado pela artista sonora Clothilde, e pelos seus sintetizadores modulares, muito semelhantes a um computador do início do século passado, ambos procurando entranhar-se num “mundo de fantasmas que viajam pelos fios”, criando música para indisciplinar os corpos.

A edição de Lamento do Ciborgue é um projecto em si, complementar, no entanto, ao espectáculo A Importância de Ser Alan Turing.
Trata-se de um livro de artista composto por textos originais escritos durante o processo de criação do espectáculo, e que podem informar o espectador, de um modo mais aprofundado, sobre as ideias que sustentaram o projecto: a criação e recriação dos corpos, e a maneira como se vão identificando, a partir e através da tecnologia.

A apresentação do livro no Festival Circular será realizada em formato de conferência, na qual Bonneville fará uma contextualização geral do projecto e do seu processo de criação, bem como da sua relação com a vida e a obra de Alan Turing. Contará com a participação de Isadora Alves que fará uma leitura dos textos originais.


 
Edição, textos, revisão: Miguel Bonneville | Leitura: Isadora Alves | Design gráfico: ilhas studio | Ilustrações: Tomás Queiroz (baseadas no plano para a hipótese de Riemann de Alan Turing) | Impressão: ACD | Edição: 100 exemplares | Apoio: Fundo Cultural SPA | Produção: Teatro do Silêncio

Agradecimentos Circular: Curtas Metragens

www.miguelbonneville.com | teatrodosilencio.pt

Miguel Bonneville
introduz-nos a histórias autoficcionais, centradas na desconstrução e reconstrução da identidade, através de obras que cruzam múltiplas áreas artísticas. Desde 2003, tem apresentado o seu trabalho nacional e internacionalmente, sobretudo os projectos seriados Family Project, Miguel Bonneville e A Importância de Ser.
Estudou Interpretação na Academia Contemporânea do Espectáculo (2000-2003), tendo complementado os seus estudos com os cursos de: Artes Visuais na Fundação Calouste Gulbenkian/Programa Criatividade e Criação Artística (2006), Autobiografias, Histórias de Vida e Vidas de Artista no CIES-ISCTE (2008), Arquivo – Organização e Manutenção no Citeforma (2013), Cyborgs, Sexo e Sociedade na FCSH (2016), e Filosofia e Arte na Mute (2017), entre outros.
Recebeu o Prémio da Rede Ex Aequo (2015) pelos espetáculos Medo e Feminismos, em colaboração com Maria Gil, e A Importância de Ser Simone de Beauvoir.
Fez parte do núcleo de artistas da produtora de dança contemporânea Eira (2004-2006) e da Galeria 3+1 Arte Contemporânea (2009-2013).
Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian (2011, 2012, 2017) e do Centro Nacional da Cultura – Jovens Criadores (2010).
Foi artista residente no Sítio das Artes, CAMJAP/Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 2007),  Homesession  (Barcelona,  2008),  Mugatxoan/Fundação  de  Serralves  (Porto, 2010), Festival Transeuropa2012 (Hildesheim, 2012), Arts Printing House (Vilnius, 2013), Arte y Desarrollo (Madrid, 2014), e La Box (Bourges, 2018), entre outros.
Lecciona esporadicamente criação de performance autoral em diferentes estruturas nacionais e internacionais.
Publicou os livros Os Diários de C.C. Rausch (Corpos Editora, 2006), Ensaios de Santidade (Sr. Teste, 2021), O Pessoal é Político (Douda Correria, 2021), e ainda os livros de artista Jérôme, Olivier et Moi (Homesession, 2008), Notas de um Primata Suicida (2017), Dissecação de um Cisne (Teatro do Silêncio, 2018), Lamento do Ciborgue e Recuperar o Corpo (Teatro do Silêncio, 2021).
Contribuiu com textos para as revistas Flanzine, WrongWrong, Dobra, Cine Qua Non, Periódicus (BR), entre outras publicações. É director artístico do Teatro do Silêncio.

Isadora Alves é licenciada em teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Estudou também criação em dança no Fórum Dança e escultura na Universidade de São Paulo. Trabalha regularmente como intérprete, tendo colaborado com Maria Duarte, Bruno Humberto, Rui Paiva, Joana Braga, Miguel Bonneville, Elmano Sancho, António Pires, ADR, Diogo Baldaia, Jan Brokof, entre outros.
Criou as peças “-V- (O Primeiro Gesto)” (2019) e “Mas Onde Está a Espada?” (2020/21). As suas primeiras criações são composições site-specific, onde a luz tem sido o material privilegiado de estudo em permanente diálogo com o tempo.
É bolseira do Centro Nacional de Cultura para a escrita do seu próximo projecto.