20 - 27 Set 2025, Vila do Conde
O Circular Festival regressa a Vila do Conde com espectáculos e performances, diversos nas suas abordagens e linguagens. Neste que é o território das artes vivas, apresentamos propostas únicas, irrepetíveis, inusitadas e comprometidas. Impelidos por um contexto global cada vez mais complexo e desafiante, propomos múltiplas vozes e olhares críticos que possam proporcionar-nos questionamentos, reflexão e acção.
No fim de semana de abertura, inauguramos Fanfare 2025 de Priscila Fernandes, uma co-produção com a Solar - Galeria de Arte Cinemática. A exposição integra Fanfare 2025, que numa revisitação do filme Fanfare de 1958, conduz-nos na reflexão sobre o “colapso colectivo”, entre o “absurdo e a melancolia”. Haverá lugar também para uma conversa performativa com a artista e músicos da fanfarra neerlandesa de De Bergklanken. No espaço Cave inauguramos Raverina da artista Carolina Garfo.
Carlota Lagido partilha connosco O Lugar do Meio, projecto de programação e de residências artísticas que a própria dirige na aldeia de Alfafar.
Cooperativa é constituído por Ana Rita Teodoro, Clarissa Sachelli, Daniel Pizamiglio, Filipe Pereira, João dos Santos Martins, Sabine Macher e Laura Salerno. O colectivo toma como ponto de partida o documentário Torre Bela (1975) - filmado durante o Processo Revolucionário em Curso (PREC) - e propõe-nos um espaço desierarquizado e de partilha, onde a colaboração opera no sentido do comum.
Apresentamos em estreia nacional MOS da coreógrafa grega Ioanna Paraskevopoulou. MOS baseia-se na técnica Foley, aplicada no cinema para a criação de efeitos sonoros em estúdio. Em MOS, Ioanna Paraskevopoulou e Georgios Kotsifakis, trazem para a cena objectos do quotidiano, gerando uma banda sonora ao vivo e criam, a partir desta técnica audiovisual, uma curiosa e envolvente performance coreográfica.
Em estreia absoluta, Quando os Anjos Falam de Amor de Henrique Furtado Vieira com Catarina Vieira, Leonor Mendes e Sérgio Matias convidam-nos para uma performance-ritual, uma proposta individualizada que olha para a intimidade como um espaço de prática e de partilha de histórias.
O jornal Coreia, com direcção de João dos Santos Martins, lança o número #13 onde se inclui, entre outros, um manifesto do colectivo Learning Palestine. Apresentamos também a performance Santa de Sustrato Autónomo da coreógrafa Inés Sybille Vooduness, que nos propõe um encontro com a loa de voodoo haitiano Erzulie Freda.
Após residência artística em Vila do Conde para a gravação de um álbum, na Igreja de Santa Clara em 2024, Mariana Dionísio regressa à cidade com o ensemble vocal LEIDA. Em LEIDA a improvisação surge como elemento fundamental e o instrumento voz assume a sua versátil componente plástica.
Raul Maia estreia orbital gesture, uma peça que transfere o skate para o espaço do palco, gerando padrões cíclicos e abstractos, numa cadência “caleidoscópica” traçada pelos dois intérpretes.
A artista e produtora Xexa apresenta o seu último álbum Kissom, editado pela Príncipe. Portuguesa e com ascendência santomense, Xexa explora uma sonoridade muito própria, cruzando ritmos africanos com sintetizadores.
Aguardamos a vossa visita em Vila do Conde para um momento de encontro — entre artistas e público, entre práticas locais e diálogos internacionais, entre pensamento crítico e novas perspectivas, entre diferentes propostas artísticas e novas formas de experimentação.
— Dina Magalhães